A problemática familiar e a morte materna
Palavras-chave:
Mortalidade materna, Família, Atenção à saúde.
Resumo
O objetivo deste trabalho foi investigar o impacto da mortalidade materna no âmbito familiar, o respeito ao direito à saúde e a eficiência da assistência pré-natal na assistência à saúde da mulher. Trata-se de pesquisa qualitativa, com emprego da adaptação de dois pressupostos teóricos: os de Imogene King, os quais estão centrados no cuidado e na saúde dos indivíduos e grupos, e a associação aos cinco passos utilizados por Hill e Hansen, os quais estão voltados para a atenção à maternidade centrada na família, para uma estrutura social da família, para a interação dos membros com a comunidade dos quais poderiam dar subsídios para uma melhor compreensão dessa problemática. A amostra foi composta de 9 famílias de mulheres que tiveram óbitos maternos diretos no período de 1990 a 1997. A morte da mulher no momento do parto e a dúvida quanto à culpabilidade pelo evento transformam os sentimentos em uma dor que não diminui com o passar do tempo. Os viúvos entrevistados haviam perdido suas mulheres entre um e sete anos; no entanto, independentemente do tempo transcorrido os sentimentos eram os mesmos, de dor, de saudade, de falta. A emoção no momento da entrevista era a mesma, o choro, o desespero, a angústia. O tempo não apagou esses sentimentos que permanecem vivos, e apenas precisam ser tocados para virem à tona. Para as famílias, a dor da perda vem sobrecarregada de sentimento de revolta e da constatação da desigualdade e do descaso no atendimento. Sentem-se menosprezadas, incompreendidas, impotentes frente à injustiça da morte e do atendimento recebido.Downloads
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Publicado
2008-09-24
Como Citar
Pelloso, S. M., & Tavares, M. S. G. (2008). A problemática familiar e a morte materna. Ciência, Cuidado E Saúde, 5, 019-025. https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v5i0.5148
Edição
Seção
Artigos originais