Tempo para o diagnóstico da hanseníase e sua relação com fatores sociodemográficos e clínicos
Resumo
Objetivo: investigar os fatores associados ao tempo decorrido entre a identificação dos sinais e sintomas relacionados à hanseníase até o diagnóstico dos casos atendidos na atenção primária à saúde. Método:estudo transversal e analítico, realizado na atenção primária à saúde em um município de grande porte localizado no sul do Brasil, com amostra de 245 indivíduos. O período analisado foi de 2009 a 2016, por meio das fichas de notificação e consulta ao prontuário. Para análise do tempo para o diagnóstico de hanseníase (categorizado em 0 a 5 anos ou 6 anos ou mais), conduziram-se análises de frequência relativa simples, bivariada e regressão logística binária aferida pelo OddsRatio (OR) e intervalo de confiança de 95%. Nível de significância estatística estabelecido de 5% para todas as análises. Resultados: o tempo para o diagnóstico variou de 1 mês a 20 anos, sendo necessários, em média, 7,9 consultas e 4,6 anos para obtê-lo. Ter três ou mais hipóteses aumentou a chance de diagnóstico tardio, comparado ao oportuno (OR ajustado=4,82; IC95%: 2,13-10,89; P<0,001). Conclusão:o tempo decorrido para o diagnóstico teve impacto nas características da hanseníase, sendo que quanto maior o número de hipóteses apresentadas, maior o tempo decorrido para o diagnóstico e, consequentemente, maiores as chances de apresentar GIF instalado.
Downloads
Referências
Organização Pan-Americana de Saúde. OPAS/OMS reafirma compromisso em trabalhar com países para eliminar doenças transmissíveis até 2030. Brasília (DF); 2018. [citado 25 jan 2019]. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5752:opas-oms-reafirma-compromisso-em-trabalhar-com-paises-para-eliminar-doencas-transmissiveis-ate-2030&Itemid=812
Organização Mundial da Saúde. Estratégia global para Hanseníase 2016-2020: aceleração rumo a um mundo sem Hanseníase. 2016. [citado 25 jan 2019]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/208824/9789290225201-pt.pdf;jsessionid=D9FDF5113A70D6933CA964D9255FD227?sequence=17.
Laurindo CR, Vidal SL, Gama BMBM, Loures LF, Fernandes GAB, Coelho ACO. Trajetória de casos de hanseníase e fatores relacionados. CiencCuidSaude, 2018; Jul-Set 17(3) e42275.
Nobre ML, Illarramendi X, Dupnik KM, Hacker MDA, Nery JADC, Jerônimo SMB, et al. Multibacillary leprosy by population groups in Brazil: Lessons from an observational study. PLoSNeglTropDis. 2017;11(2):e0005364. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005364.
Araújo AERA, Aquino DMC, Goulart IMB, Pereira SRF, Figueiredo IA, Serra HO, et al. Complicações neurais e incapacidades em hanseníase em capital do nordeste brasileiro com alta endemicidade. RevBrasEpidemiol. 2014;17(4):899-910. http://dx.doi.org/10.1590/1809-4503201400040009.
Leano HAM, Araujo KMFA, Rodrigues RN, Bueno IC, Lana FCF. Indicators related to physical disability and diagnosis of leprosy. Rev Rene. 2017;18(6):832-9. http://dx.doi.org/10.15253/2175-6783.2017000600018.
Xiong M, Li M, Zheng D, Wang X, Su T, Chen Y, et al. Evaluation of the economic burden of leprosy among migrant and resident patients in Guangdong Province, China. BMC InfectiousDiseases. 2017;17(1):160. https://doi.org/10.1186/s12879-017-2869-8.
BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância em Saúde no Brasil 2003 a 2019: da criação da Secretaria de Vigilância em Saúde aos dias atuais. BolEpidemiol. Brasília (DF); Set, 2019. [citado 24 jan 2020]. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/setembro/25/boletim-especial-21ago19-web.pdf
Londrina. Prefeitura Municipal. Londrina em dados. Londrina; 2018. [citado 25 jan 2019]. Disponível em: http://www1.londrina.pr.gov.br/index.php?view=article&catid=21%3Aplanejamento-&id=543%3Alondrina-em-dados-2017-ano-base-2016&format=pdf&option=com_content&Itemid=558.
BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde: volume único. Brasília (DF), 2019. [citado 27jan 2020]. Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf
Pedraza DF, Santos I. Perfil e atuação do agente comunitário de saúde no contexto da Estratégia Saúde da Família em dois municípios da Paraíba. Interações, 2017;18(3):97-105. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-70122017000300097&lng=en&nrm=iso>.
Porto ACS, Figueira RBFC, Barreto JA, Lauris JRP. Evaluation of the social, clinical and laboratorial profile of patients diagnosed with leprosy in a reference center in São Paulo. An Bras Dermatol. 2015;90(2):169-77. http://dx.doi.org/10.1590/abd1806-4841.20153385.
Leon KE, Jacob JT, Franco-Paredes C, Kozarsky PE, Wu HM, Fairley JK. Delayed diagnosis, leprosy reactions, and nerve injury among individuals with Hansen’s Disease Seen at a United States Clinic. Open Forum Infect Dis. 2016;3(2):)ofw063. https://doi.org/10.1093/ofid/ofw063.
Muthuvel T, Isaakidis P, Shewade HD, Kattuppara L, Singh R, Govindarajulu S. Leprosy trends at a tertiary care hospital in Mumbai, India, from 2008 to 2015. Glob Health Action. 2016;9:32962. https://doi.org/10.3402/gha.v9.32962.
MekaAO, Chukwua JN, Nwafora CC, Oshia DC, Madichiea NO, Ekekea N, et al. Diagnosis delay and duration of hospitalisation of patients with Buruli ulcer in Nigeria. Trans R SocTropMedHyg, 2016;110(9):202. https://doi.org/10.1093/trstmh/trw065.
Henry M, Galan N, Teasdale K, Prado R, Amar H, Rays M, et al. Factors contributing to the delay in diagnosis and continued transmission of leprosy in Brazil: an explorative, quantitative, questionnaire based study. PLOS NeglTropDis. 2016;10(3):e0004542. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0004542
Organização Mundial da Saúde. Global leprosy update, 2015: time for action, accountability and inclusion. WklyEpidemiol Rec. 2016;91(35):405-20. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/249601/WER9135.pdf?sequence=1
Souza EA, Rerreira AF, Boigny RN, Alencar CH, Heukelbach J, Martins-Melo, FR. et al. Hanseníase e gênero no Brasil: tendências em área endêmica da região Nordeste, 2001–2014. Rev Saúde Pública. 2018;52(20). http://dx.doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000335.
Freitas BHBM, Cortela DCB, Margarida S, Ferreira B. Tendência da hanseníase em menores de 15 anos em Mato Grosso (Brasil), 2001-2013. Rev Saúde Pública. 2017;51(28). http://dx.doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006884
Lima AS, Pinto KC, Bona MPS, Mattos SML, Hoffmann MP, Mulinari-Brenner FA, et al. Leprosy in a University Hospital in Southern Brazil. An Bras Dermatol. 2015;90(5):654-9. http://dx.doi.org/10.1590/abd1806-4841.20153959.
Gracie R, Peitoxo JNB, Soares FBR, Hacker MAV. Análise da distribuição geográfica dos casos de hanseníase. Rio de Janeiro, 2001 a 2012. Ciênc. Saúde Colet. 2017;22(5):1695-704. Disponível em:http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232017225.24422015.
Zawar V, Kumavat S, Pawar M, Desai, D. Tuberculoid leprosy masquerading as systemic lupus erythematosus: an interesting observation. Acta Dermatovenerol APA. 2017;26(3):81-3. doi: 10.15570/actaapa.2017.25
Martins PV, Iriart JAB. Itinerários terapêuticos de pacientes com diagnóstico de hanseníase em Salvador, Bahia. Physis. 2014;24(1):273-89. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312014000100015.
Muthuvel T, Govindarajuu S, Isaakidis P, Shewade HD, Rokade V, Singh R, et al. I wasted 3 years, thinking it's not a problem: patient and health system delays in diagnosis of leprosy in India: a mixed-methods study. PLOS NeglTropDis. 2017;11(1):e0005192. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005192
Copyright (c) 2020 Ciência, Cuidado e Saúde

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.