Mortalidade materna: o que os números não revelam

Resumo

Essa pesquisa se propôs analisar os coeficientes de mortalidade materna, relacionando-os à assistência pré-natal, ao parto e ao puerpério e contextualizar a saúde como direito inalienável, refletindo a questão da cidadania na construção de uma assistência à saúde digna e humanizada. Para isso, optou-se pela metodologia qualitativa, tendo como referencial teórico - metodológico a adaptação dos cinco pressupostos teóricos básicos utilizados por Hill & Hansen, e os utilizados por Imogene King. A partir desses, foram construídas as categorias analíticas conceituais que orientaram a análise e as discussões : saúde como direito; a família no contexto da saúde da mulher; as relações sociais de gênero; a problemática familiar e a morte materna; o acesso à saúde; a questão da cidadania; a liberdade de decisão informada e fundamentada na motivação; a questão da formação dos profissionais de saúde; a ruptura da célula familiar e o vivenciar da tragédia . As categorias possibilitaram uma profunda reflexão sobre a família das mulheres que foram a óbito materno e sobre a perspectiva de uma mudança radical na atuação dos profissionais da saúde, especialmente no atendimento à gestante , à puérpera e à família.