A jurisdição da história segundo Marc Bloch
Abstract
O objetivo do artigo é o de discutir, a partir da comparação feita por Marc Bloch (1886-1940) entre o historiador e o juiz de instrução (e do cotejo desta com debates recentes), questões relativas ao papel social do historiador e sua ética profissional. Seus escritos acadêmicos e pessoais foram a base privilegiada de análise. O argumento central é o de que os diferentes contextos postos aqui em debate demandam posicionamentos distintos ao problema da relação entre historiografia e subjetividade. Ainda assim, nos dois momentos analisados nota-se uma aparente equivalência entre engajamento político e a ação profissional do historiador.
Downloads
Literaturhinweise
ARTHMAR, Rogério. Política e Economia na Terceira República Francesa: Emile Moreau e a Batalha do Franco. Topoi. Rio de Janeiro, v. 12, n.22, p. 187-208, 2011. Disponível em: www.scielo.br/pdf/topoi/v12n22. Acesso em 30 de jun. 2020.
ABREU, M; MATTOS, H.; DANTAS, C. “Em torno do passado escravista: as ações afirmativas e os historiadores”. In: ROCHA, H.; MAGALHÃES, M.; GONTIJO, R. A escrita da história escolar: memória e historiografia. Rio de Janeiro: FGV, p. 181-197, 2009.
BAUER, Caroline Silveira. Quanta verdade o Brasil suportará? Uma análise das políticas de memória e de reparação implementadas no Brasil em relação à ditadura civil-militar. Dimensões, vol. 32, p. 148-169, 2014. Disponível em: http://www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/8371. Acesso em 29 mai. 2020.
BAUER, Caroline Silveira múltiplas articulações e dimensões de temporalidade da ditadura civil-militar brasileira. Anos 90, v. 22, n. 42, p. 115-152, dez. 2015. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/53185/36144. Acesso em 03 jul. 2020.
BAETS, Antoon de. Responsible History. New York – Oxford: Berghahn Books, 2009.
BECKER, Jean-Jacques. O Tratado de Versalhes. Tradução de Constancia Egrejas. São Paulo: Ed. Unesp, 2011.
BÉDARIDA, François. The Social responsibility of the historian. Oxford: Berghahn, 1994.
BEGLEY, Louis. O Caso Dreyfus: Ilha do Diabo, Guanténamo e o pesadelo da história. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.
BENTIVOGLIO, J. C. Marc Bloch (1886-1944). In: LOPES, Marcos Antônio; BENTIVOGLIO, Julio C. (Org.). A constituição da História como ciência de Ranke a Braudel. 1ed.Petrópolis: Vozes, v. 1, p. 213-254, 2013.
BEVERNAGE, Berber. História, Memória e Violência de Estado: tempo e justiça. Tradução de André Ramos, Guilherme Bianchi. Serra: Editora Milfontes/Mariana: SBTHH, 2018.
BEVERNAGE, Berber. Caminhos para a teoria da história: filosofia das historicidades e a questão da justiça histórica. E-book. Tradução Walderez Ramalho. Vitória: Editora Milfontes, 2020.
BLOCH, Marc, FEBVRE, Lucien. Correspondances II: de Strasbourg à Paris. Paris: Fayard, 2003.
GINZBBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Tradução de Federico Carott. São Paulo: Cia das Letras, 1990.
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
BLOCH, Marc. Critique historique et critique du témoignage. In: BECKER, Annette, BLOCH, Étienne. Marc Bloch: l’Histoire, la Guerre, la Résistance. Paris: Gallimard, 2006, p. 97-107.
BLOCH, Marc A Estranha Derrota. Tradução de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro, Zahar, 2011.
DUMOULIN, Olivier. Marc Bloch. Paris: ScienePo, 2000.
DUMOULIN, Olivier. O papel social do historiador: da cátedra ao tribunal. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
FEBVRE, L. Pro domo mostra: à quoi sert la critique? Annales d’histoire économique et sociale, VIII, p. 54-56, 1936. Disponível em:
https://www.jstor.org/stable/27573818?read now=1&seq=2#page_scan_tab_contents. Acesso em 6 de mai. de 2020.
GARAPON, Antoine, ALLARD, Julie, GROS, Frédéric. Les vertus du juge. Paris: Dalloz, 2008.
GUERRA, Francesco. Da tribunalização da política à tribunalização da História: emergências do tempo presente In: Teoria e História da Historiografia no século XXI. Vitória: Editora Milfontes, p. 49-68, 2020.
HEYMANN, Luciana. O "devoir de mémoire" na França contemporânea: entre a memória, história, legislação e direitos. Rio de Janeiro: CPDOC, 2006. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/6732/1685.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 20 mai. 2020.
PAUL, Herman. Performing History: how historical scholarship is shaped by epistemic virtues. History & Theory, v. 50, n. 1, p. 1-19, 2011.
PIRENNE, H. Do método comparativo em História, discurso de abertura do V Congresso Internacional das Ciências Históricas. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, v. 8, n. 17, 29 abr. 2015. Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/918/548. Acesso em: 07 de jul. 2020.
RAULLF, Ulrich. De l’origine à l’actualité: Marc Bloch, l’histoire et le problème du
temps présent. Sigmanringen: Thorbecke, 2007.
RAULLF, Ulrich Marc Bloch: un historien au xxe siècle. Paris: Fondation Maison des sciences de l’homme, 2005.
ROLLEMBERG, Denise. Resistência: Memória da ocupação nazista na França e na Itália. São Paulo: Alameda Editorial, 2016.
RÜSEN, J. Pode-se melhorar o ontem? Sobre a transformação do passado em história. In: SALOMON, M. (Org.) História, verdade e tempo. Chapecó, SC: Argos, p. 259-290, 2011.
SILVA, Andréia Cristina Lopes Frazão da; TORRES, Andréa Reis Ferreira. “Do método comparativo em história”, de Henri Pirenne. História da historiografia International Journal of Theory and History of Historiography, v.8, n.17, p. 297-307, 2015. Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/863/547. Acesso em: 07 de jul. 2020.
VERHULST, Adriaan. Marc Bloch and Henri Pirenne on Comparative History. A Biographical Note. In: Revue belge de philologie et d'histoire, tome 79, fasc. 2, p. 507-510, 2001. Disponível em: https://www.persee.fr/doc/rbph_0035-0818_2001_num_79_2_4524. Acesso em 08 jul. 2020.
Copyright (c) 2023 Diálogos

Dieses Werk steht unter der Lizenz Creative Commons Namensnennung - Nicht-kommerziell 4.0 International.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista DIÁLOGOS, editada pela Universidade Estadual de Maringá, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais co-autores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à Universidade Estadual de Maringá e declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (N. 9609, de 19/02/98).
STATEMENT OF ORIGINALITY AND COPYRIGHT CESSION
I declare that the present article is original, has not been submitted for publishing on any other national or international journal, neither partly nor fully. I further declare that, once published on DIÁLOGOS journal, edited by the State University of Maringá, it will never be submitted by me or by any of the other co-authors to another journal. By means of this instrument, on my behalf and on behalf of the other co-authors, if any, I waive the copyright of said article to the State University of Maringá and declare that I am aware that non-compliance with this commitment will subject the violator to sanctions and penalties set forth in the Copyright Protection Law (No 9609, of 19/02/98).












