Ecocídio dos corpos: sobre a saúde no neoliberalismo
Abstract
Esse ensaio traçar uma análise de algumas interações entre corpo, saúde, política e poder ao longo do tempo, explorando como essas interações moldam nossas percepções individuais e coletivas e influenciam as trajetórias históricas e sociais, especialmente no contexto brasileiro. Três categorias de análise desenham as leituras sobre o trinômio corpo, saúde e política que são historicizadas a partir das: Trajetórias na Modernidade, Trajetórias Neoliberais na Atualidade e Fragmentos de Trajetórias Brasileiras. O objetivo é historizar como o corpo enquanto categoria é objeto de controle e subordinação pela ciência, moldado por categorias normativas, referenciais hegemônicos e estruturas de poder. Saúde e suas derivações conceituais têm sido enodadas ao determinista modelo universalizante moderno/colonial, que projeta formas de ser, adoecer e sucumbir em uma perspectiva de vida que estratifica viveres. As trajetórias são historicidades sobre as concepções da saúde e de corpo, realçando os efeitos da lógica moderna de adestramento pelo biopoder e de consumo na lógica neoliberal da psicopolítica. Discute-se como corpo-físico, corpo-pessoa espelha sentidos e significados de eus e de nós, subjetividades e coletividades tramando coreografias de corpos que se associam ao território por uma expressão de cultura, contemplando cumplicidades, dissidências, insurgências, negociações e enfrentamentos. Por fim, sinaliza recortes da violenta trajetórias brasileira onde o ecocídio é tramado.
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