Um debate com Richard Graham ou “com estado mas sem nação: o modelo imperial brasileiro de fazer política”

  • Lilia K. Moritz Schwarcz Lilia Moritz Schwarcz é professora livre-docente no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP).

Resumen

Auguste de Saint- Hilaire, viajante francês que passou por terras brasileiras na primeira metade do século XIX, resumia de maneira inesperada a impressão que deixava esse imenso Império incrustado bem no meio da América: “Havia um país chamado Brasil, mas absolutamente não havia brasileiros”. O estrangeiro notava, com seu olhar distanciado, uma característica clara, desde os primeiros momentos da história brasileira; qual seja uma realidade que se demonstrava por meio de decretos, alvarás e ordens régias. “Estado sem ser nação”, no Brasil evidenciava-se uma estrutura que delimitava uma estrita distinção entre instituições representativas e seus cidadãos e relegava o exercício político a uma esfera externa e distante. Esse não é, por certo, um depoimento isolado. Gustave Aimard, anos mais tarde, em 1892 afirmava “no Brasil não há um povo”. Alberto Torres, em 1902, reclamava: “este Estado não é uma nacionalidade, esse país não é uma sociedade, essa gente não é um povo. Nossos homens não são cidadãos.”

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Publicado
2017-06-17
Cómo citar
Schwarcz, L. K. M. (2017). Um debate com Richard Graham ou “com estado mas sem nação: o modelo imperial brasileiro de fazer política”. Dialogos, 5(1), 53 - 74. Recuperado a partir de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/37705
Sección
Mesa Redonda