Impacto Econômico da Abertura das Grandes Redes de Supermercados aos Domingos e Feriados nos Pequenos Comércios de Bairros de Maringá.
Abstract
Diferentemente de muitas cidades de seu porte, em Maringá, no estado do Paraná, a regulamentação para a abertura dos supermercados aos domingos e feriados determinava, até meados de 2017, que estes estabelecimentos estavam autorizados a funcionar apenas no primeiro domingo de cada mês. A referida lei não era válida para pequenos estabelecimentos que, organizados principalmente com base na mão de obra familiar, tinham nestes dias especiais o maior volume de vendas. Todavia, apoiados num decreto federal de junho de 2017 as grandes redes supermercadistas começaram a funcionar todos os domingos, feriados e dias santos, aparadas por liminar que se sobrepunha a regulamentação municipal. Tal fato trouxe dificuldades financeiras e de sobrevivência de um grande número de pequenos comerciantes locais – quitandas, sacolões, açougues, minimercados, mercearias, lojas de bebidas, panificadoras – que tiveram suas vendas drasticamente reduzidas, por não ter condições de fazer frente à concorrência dos grandes supermercados. Tal fato gerou a mobilização de setores diversos da sociedade maringaense, que passaram a questionar junto ao poder local uma regulamentação efetiva que atendesse de alguma forma essa demanda latente, uma vez que esses inúmeros pequenos comércios são importantes na geração de empregos e renda, dinamizando a economia local. Face ao exposto, a presente pesquisa buscou avaliar se, e em que medida, a referida abertura das grandes redes supermercadistas aos domingos, feriados e dias santos impactou sobre os pequenos comércios dos bairros. A partir de procedimentos estatísticos apropriados, foi feita uma pesquisa de campo que abrangeu 137 estabelecimentos em 33 bairros da cidade na primeira semana do mês de abril de 2018. Os principais resultados obtidos indicaram a importância econômica e refletiu a dificuldades financeiras dos pequenos comerciantes, revelada pela queda considerável do faturamento, redução do número de funcionários e paralização dos investimentos.