A POLÍTICA FISCAL NO BRASIL ENTRE 2003 e 2018: UMA INTERPRETAÇÃO PÓS-KEYNESIANA

  • Diana Chaukat Chaib Universidade Federal de Minas Gerais
  • Tailiny Paula Ventura Universidade Federal de Minas Gerais
  • Elton Rodrigo Rosa Universidade Federal de Minas Gerais
  • Marco Flávio da Cunha Resende Professor do Cedeplar/Departamento de Economia da UFMG, pesquisador do CNPq

Resumen

Na perspectiva pós-Keynesiana, a política fiscal é um importante instrumento de política econômica, responsável pelo dinamismo da economia através, sobretudo, da coordenação de expectativas privadas, contribuindo para a criação de convenções otimistas que, por sua vez, são essenciais para o estímulo do investimento privado. O objetivo principal deste trabalho é avaliar a política fiscal adotada no Brasil no período recente, entre os anos de 2003 a 2018. Além disso, o artigo discute se a agenda fiscal adotada no país durante o período de análise converge ou diverge das prescrições de política fiscal na perspectiva pós-Keynesiana. Após a análise, foi possível verificar diversos momentos de divergência da política fiscal em relação à agenda pós-Keynesiana.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Citas

AMADO, A. M. Limites monetários ao crescimento: Keynes e a não-neutralidade da moeda. In: Ensaios FEE, v. 21, n. 1, 2000.
ANDRADE, R. A construção do conceito de incerteza: uma comparação das contribuições de Knight, Keynes, Shackle e Davidson. In: Nova Economia, 21, (2), 2011.
ARANTES, F.; LOPREATO, F. L. C. O novo consenso em macroeconomia no Brasil: a política fiscal do plano real ao segundo governo Lula. Revista de economia contemporânea, v. 21, n. 3, 2017.
ARESTIS, P. Fiscal policy: a strong macroeconomic role. Review of Keynesian Economics, n. 1, p. 93-108, 2012.
ARESTIS, P. et al. Re-examining monetary and fiscal policy for the 21st century. Books, 2004.
ARESTIS, P.; SAWYER, M. Keynesian economic policies for the new millennium. The Economic Journal, v. 108, n. 446, p. 181-195, 1998.
ARESTIS, P.; SAWYER, M.. Reinventing fiscal policy. Journal of Post Keynesian Economics, v. 26, n. 1, p. 3-25, 2003.
ARESTIS, P.; SAWYER, M. The return of fiscal policy. Journal of Post Keynesian Economics, v. 32, n. 3, p. 327-346, 2010.
ARESTIS, P.; TERRA, F. H. B. Economic policies to improve the current state of the Brazilian economy. Challenge, v. 58, n. 6, p. 532-549, 2015.
BARBOSA, N.; SOUZA, J.A.P de. A inflexão do governo Lula: política econômica, crescimento e distribuição de renda. Brasil: entre o passado e o futuro. São Paulo: Boitempo, p. 57-110, 2010.
CARLEIAL, L. M. da F. Política econômica, mercado de trabalho e democracia: o segundo governo Dilma Rousseff. Estudos avançados, v. 29, n. 85, p. 201-214, 2015.
CARVALHO, F. J. C. Moeda, produção e acumulação: uma perspectiva Pós Keynesiana. In: SILVA, M. L. F. (org.). Moedas e produção: teorias comparadas. Brasília: EdUnB: 1992.
CARVALHO, F. C. de. Sobre a endogenia da oferta de moeda: réplica ao professor Nogueira da Costa. In: Brazilian Journal of Political Economy, v. 13, n. 3, 1993.
CARVALHO, F. C. de. Políticas econômicas para economias monetárias. Macroeconomia moderna: Keynes e a economia contemporânea. Rio de Janeiro: Campus, p. 258-283, 1999.
CARVALHO, F. C. de. Equilíbrio fiscal e política econômica keynesiana. Análise econômica, v. 26, n. 50, 2008.
CARVALHO, F. J. C. Expectativas, incerteza e convenções. In: FILHA, D.; PRADO, L.; LASTRES, H. (orgs.). Estratégias de desenvolvimento, política industrial e inovação: ensaios em memória de Fabio Erber. Rio de Janeiro: BNDES, 2014.
CURADO, M. Uma avaliação da economia brasileira no Governo Lula. Revista Economia & Tecnologia, v. 7, 2011.
DEQUECH, D. (2000). Fundamental uncertainty and ambiguity. Eastern Economic Journal, v. 26, n. 1, Winter 2000, pp. 41.
DWECK, E.; TEIXEIRA, R. A. A política fiscal do governo Dilma e a crise econômica. Campinas: IE/Unicamp. Disponível em: http://www. eco. unicamp. br/docprod/downarq. php, 2017.
GENTIL, D.; HERMANN, J. A política fiscal do primeiro governo Dilma Rousseff: ortodoxia e retrocesso. Economia e sociedade, v. 26, n. 3, p. 793-816, 2017.
GIAMBIAGI, F. A política fiscal do governo Lula em perspectiva histórica: qual é o limite para o aumento do gasto público? In: Planejamento e políticas públicas, n. 27, 2009.
GIAVAZZI, F; PAGANO, M. “Can severe fiscal contraction be expansionary?” In: BLANCHARD, O.; FISCHER, S. (Eds.). NBER Macroeconomics Annual, 1990.
GOBETTI, S. W.; ORAIR, R. O. Política fiscal em perspectiva: o ciclo de 16 anos (1999-2014). In: Revista de Economia Contemporânea, v. 19, n. 3, p. 417-447, 2015.
KEYNES, J. M. Essays on persuasion. The Collected Writings of John Maynard Keynes. Volume X. Londres: Royal Economic Society/Macmillan, 2010.

KEYNES, J. M. The General Theory of Employment, Interest and Money. In: KEYNES, J. M. The Collected Writings of John Maynard Keynes. Volume VII. Cambridge: Cambridge University Press/Royal Economic Society, 2013.

KEYNES, J. M. The General Theory and After. Part I: Preparation. Ed: Daniel Moggridge. In: KEYNES, J. M. The Collected Writings of John Maynard Keynes. Volume XIII. Cambridge: Cambridge University Press/Royal Economic Society, 2013a.
KREGEL, J. A. Budget deficits, stabilisation policy and liquidity preference: Keynes’s post-war policy proposals. In: Keynes’s relevance today. Palgrave Macmillan, London, 1985. p. 28-50.
LOPES, M. de L. M.; MOLLO, M. de L. R. O debate sobre a redução do déficit fiscal no Brasil: uma crítica pós-keynesiana. In: Nova Economia, v. 21, n. 1, p. 67-103, 2011.
LOPREATO, F. L. C. A política fiscal brasileira: limites e entraves ao crescimento. Texto para discussão, n. 131, 2007.
MESQUITA, M.; TORÓS; M. Brazil and the 2008 panic. In: BIS Papers, n. 54, The global crisis and financial intermediation in emerging market economies. December 24th, 2010.
MOLLO, M. de L. R. Ortodoxia e Heterodoxia Monetária: a questão da neutralidade da moeda. In: Revista de Economia Política, vol. 24, nº 3, (95), 2004.
MORAIS, L.; SAAD-FILHO, A. Da economia política à política econômica: o novo-desenvolvimentismo e o governo Lula. Brazilian Journal of Political Economy, v. 31, n. 4, p. 507-527, 2011.
OREIRO, J. L.; PAULA, L. F. A economia brasileira no governo Temer e Bolsonaro: Uma avaliação preliminar. mimeo, 2019.
PAULA, L. F.; MOURA, R. Consequências econômicas da operação Lava-Jato. Valor Econômico, 28 de agostos, 2019.

PRATES, D.; FRITZ, B.; DE PAULA, L. F. O desenvolvimentismo pode ser culpado pela crise? Uma classificação das políticas econômica e social dos governos do PT ao governo Temer. Texto para Discussão IE/UFRJ, n. 009, 2019.
RESENDE, M. F. C. Taxa de câmbio na perspectiva Pós-Keynesiana. In Feijó, C.; Araujo, E.C. (orgs) Macroeconomia Moderna: lições de Keynes para economias em desenvolvimento. Rio de Janeiro, Elsevier, 2019.
RESENDE, M. F. C.; TERRA, F. H. B. Ciclo, crise e retomada da economia brasileira: avaliação macroeconômica do período 2004-2016. Economia e Sociedade, v. 29, n. 2, p. 469-496, 2020.
SANTANA, R. O.; NETO, T. da S. Recessão econômica no Brasil: A Crise do emprego no Governo Temer (2016-2018). Las deudas abiertas de América Latina, p. 203, 2018.
SERRANO, F.; SUMMA, R. Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 2011 a 2014. Washington: Center for Economic and Policy Research – CPPR, 2015.
SICSÚ, J. Emprego, juros e câmbio: finanças globais e desemprego. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
SICSÚ, J. Lições da crise de 2008 e 2009. CARTA CAPITAL, 15 fev. 2016.
SKIDELSKY, R. Keynes: the return of the master. London, Penguin Books, 2010.
STUDART, R. Investment Finance in Economic Development. London/New York: Routledge, 1995.
TERRA, F. H. B.; FERRARI FILHO, F. As políticas econômicas em Keynes: reflexões para a economia brasileira no período 1995-2011. Encontro Nacional de Economia ANPEC—Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia, XL, 2014.
Publicado
2022-01-03
Cómo citar
Chaib, D. C., Ventura, T. P., Rosa, E. R., & Resende, M. F. da C. (2022). A POLÍTICA FISCAL NO BRASIL ENTRE 2003 e 2018: UMA INTERPRETAÇÃO PÓS-KEYNESIANA. A Economia Em Revista - AERE, 29(2), 1-15. Recuperado a partir de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EconRev/article/view/59871