PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA
CARACTERÍSTICAS DO INVESTIMENTO DIRETO EXTERNO COM ÊNFASE NO PÓS CRISE DE 2008
Resumo
O investimento direto externo (IDE) constitui uma expressão da globalização das relações econômicas em nível mundial, tendo o estoque no mundo se multiplicado em 46 vezes no período de 1980 a 2018. Nas duas últimas décadas, verificou-se um processo de desconcentração espacial dos investimentos em favor dos países em desenvolvimento (PED), com a crise econômica mundial de 2008 impondo novos movimentos em direção a essas nações. Nesse sentido, o objetivo do estudo é apontar as características do IDE no Brasil, dando-se ênfase ao período pós-crise. Os resultados apontam que o país se destacou na receptação desses investimentos, representando 14,6% dos fluxos para as nações em desenvolvimento e 6,2% do dos fluxos mundiais em 2011. Em 2018, a representatividade continuou elevada: 8,7% e 4,7%, respectivamente. O destaque fica para a presença de investimentos no setor de serviços, cuja representatividade cresceu a cada ano, e quedas sucessivas de participação nos setores primário e secundário. É certo que as crises econômicas e políticas pós 2016 afetaram o comportamento do IDE. Contudo, esse manteve-se elevado em relação aos principais países latino-americanos.
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