O Serviço da dívida pública e fragilidade financeira: evidências para os estados brasileiros

Palavras-chave: Fragilidade Financeira; Setor Público; Minsky; Causalidade.

Resumo

Objetivo: Este trabalho teve como objetivo avaliar a relação causal entre as despesas correntes e o serviço da dívida na fragilidade financeira dos estados brasileiros, considerando as pressuposições teóricas da Hipótese de Fragilidade Financeira Aplicada ao Setor Público.

Método: foi utilizada a modelagem PVAR para dados em painel, formada a partir do Método de Momentos Generalizados ou Generalized Method of Moments – GMM. Foram realizados os testes de Hansen, Andrews e Lu e de estabilidade do modelo. Os dados foram obtidos do site da Secretaria do Tesouro Nacional, fazendo parte da amostra as 27 unidades da federação brasileira no período de 2013 a 2017.

Originalidade/Relevância: Este estudo preenche lacunas quanto a análises sobre a fragilidade financeira de entes subnacionais, evidenciando se esta é formada pelo servido da dívida, conforme teoria da fragilidade financeira, ou pelo desequilíbrio fiscal entre as receitas e despesas correntes. Dessa forma, avalia se há relação causal entre as despesas correntes e o serviço da dívida na fragilidade financeira dos estados brasileiros.

Resultados: Confirmada a influência causal do serviço da dívida como também das Despesas Correntes na fragilidade financeira dos estados brasileiros. Foram realizadas ainda a decomposição da variância e a FIR, a qual confirmaram influências dos choques destas três variáveis e a sua convergência ao longo do tempo ao equilíbrio.

Contribuições teóricas/metodológicas/práticas: As evidências econométricas ampliaram as discussões não só quanto à fragilidade financeira no setor público, como também corroboraram estudos anteriores. As evidenciações responderam ao problema de pesquisa e ampliam o debate quanto à fragilidade financeira aplicada ao setor público, especificamente quanto aos estados brasileiros, contribuindo para o entendimento dos aspectos fiscais, econômicos e até mesmo orçamentários.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cláudio Roberto Caríssimo, Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL

Doutor em Administração pela Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL)

Carlos Eduardo Stefaniak Aveline, Universidade Federal de Lavras

Doutor em Administração pela Fundação Getúlio Vargas

Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Francisval de Melo Carvalho, Universidade Federal de Lavras

Doutor em Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Referências

Albuquerque, C.; Medeiros, M.; Feijó, P. (2008) Gestão de finanças públicas – fundamentos e práticas de planejamento, orçamento e administração financeira com responsabilidade fiscal. 2. ed. Brasília: Editora Gestão Pública.
Andrews, Donald W. & Lu, Biao. (2001). Consistent model and moment selection procedures for GMM estimation with application to dynamic panel data models. Journal of econometrics, v. 101, n. 1, p. 123-164.
Arellano, Manuel; Bond, Stephen. (1991). Some tests of specification for panel data: Monte Carlo evidence and an application to employment equations. The review of economic studies, v. 58, n. 2, p. 277-297.
BARRO, R. (1979). On the determination of the public debt. Journal of Political Economy 87 (5), 940-71.
Blundell, Richard; Bond, Stephen. (1998). Initial conditions and moment restrictions in dynamic panel data models. Journal of econometrics, v. 87, n. 1, p. 115-143.
Caríssimo, C. R.; Carvalho, E. G.; Carvalho, F. D. M.; Aveline, C. E. S. (2019). Análise da Hipótese de Fragilidade Financeira Aplicada ao Setor Público por Meio de Equações Estruturais. In.: XIX USP International Conference in Accounting. Anais...São Paulo.
De Paula, L. F. R. & Alves Jr, A. J. (2000). External financial fragility and the 1998-1999 Brazilian currency crisis. Journal of Post Keynesian Economics, 22(4), 589-617.
Ferrari-Filho, F; Terra, F.H.B. & Conceição, O.A.C. (2010). The financial fragility hypothesis applied to the public sector: an analysis for Brazil’s economy from 2000 to 2008. Journal of Post Keynesian Economics, vol. 33, n. 1, 151-168.
Foley, D. (2003). Financial fragility in developing economies. DUTT, Amitava K.; ROSS, Jaime. Development economics and structuralist macroeconomics. Cheltenham: Edward Elgar, 157-168.
Gujarati, Damodar N. & Porter, Dawn C. (2011). Econometria básica-5. AMGH Editora: Porto Alegre.
Granger, Clive WJ. (1969). Investigating causal relations by econometric models and cross-spectral methods. Econometrica: journal of the Econometric Society, p. 424-438.
Hansen, Lars Peter. (1982). Large sample properties of generalized method of moments estimators. Econometrica: Journal of the Econometric Society, p. 1029-1054.
Holtz-Eakin, Douglas; Newey, Whitney & Rosen, Harvey S. (1988). Estimating vector autoregressions with panel data. Econometrica: Journal of the econometric society, p. 1371-1395.
Koengkan, Matheus. (2017). The nexus between energy consumption, economic growth, and urbanization in Latin American and Caribbean countries: An approach with PVAR model. Revista Valore, v. 2, n. 2, p. 202-219.
Love, Inessa & Zicchino, Lea. (2006). Financial development and dynamic investment behavior: Evidence from panel VAR. The Quarterly Review of Economics and Finance, v. 46, n. 2, p. 190-210.
Medeiros, Victor & Ribeiro, Rafael Saulo Marques. (2020). Power infrastructure and income inequality: Evidence from Brazilian state-level data using dynamic panel data models. Energy Policy, v. 146, p. 111734.
Minsky, H. P. (1977). The financial instability hypothesis: An interpretation of Keynes and an alternative to “standard” theory. Challenge, 20(1), 20-27.
______. (1985). The legacy of Keynes. The Journal of Economic Education, 16(1), 5-15.
______. (1986). Stabilizing an Unstable Economy. Twentieth Century Fund Report: New Heaven.
______. (1992). The Financial Instability Hypothesis. The Jerome Levy Economics Institute Working Paper No. 74. May.
_______. (2013). Estabilizando uma economia instável. Novo Século: Osasco.
Morettin, Pedro A. (2011). Econometria financeira: um curso em séries temporais financeiras. Editora Blucher.
Musgrave, R. A. (1973). Teoria das finanças públicas: um estudo de economia Governamental. Atlas: São Paulo.
Passos Filho, A. C. (2018). O endividamento dos estados brasileiros: uma análise de sustentabilidade e dos instrumentos de controle. Dissertação de mestrado. 120 p. Universidade de São Paulo.
Pesaran, H. M. et al. (2004). General diagnostic tests for cross-sectional dependence in panels. University of Cambridge, Cambridge Working Papers in Economics, v. 435.
Picolotto, V. D. C. (2016). Política fiscal e endividamento público em um contexto de estado subnacional: uma perspectiva pós-keynesiana para o Rio Grande do Sul no período 1995-2014.
Schaltegger, C. A., & Weder, M. (2014). Fiscal adjustment and the costs of public debt service: evidence from OECD countries. APPLIED ECONOMICS, 46(22), 2593–2610.
Seixas, Flávio Henrique De S.& Da Silva, Cleomar Gomes. (2016). Um estudo sobre o crescimento da receita pública e sua relação causal com a despesa no Estado de Goiás. Ensaios FEE, v. 37, n. 1, p. 187-216.
Silva, Cleomar Gomes da et al. (2010). Receitas e gastos governamentais: uma análise de causalidade para o caso brasileiro. Economia Aplicada, v. 14, n. 4, p. 265-275.
Sigmund, Michael & Ferstl, Robert. (2019). Panel Vector Autoregression in R with the package panelvar. The Quarterly Review of Economics and Finance.
Sweeney, Dennis J.; Williams, Thomas A.& Anderson, David R. (2013). Estatística aplicada à administração e economia. São Paulo, CENGAGE Learning.
Taylor, L.& O'connell, S. A. (1985). A Minsky crisis. The Quarterly Journal of Economics, 100(Supplement), 871-885.
Terra, F. H. B& Ferrari Filho, F. (2011). A hipótese de fragilidade financeira aplicada ao setor público: uma análise para a economia brasileira no período de 2000-2009, Revista Economia, v. 12, n. 3, p. 497-516.
Terra, F. H. B.& Ferrari Filho, F. (2020). Public Sector Financial Fragility Index: an analysis of the Brazilian federal government from 2000 to 2016. Journal of Post Keynesian Economics, 1-25.
Triches, Divanildo; Bertussi, Luis Antônio Sleimann. (2017). Multicointegração e sustentabilidade da política fiscal no Brasil com regime de quebras estruturais (1997-2015). Revista Brasileira de Economia, v. 71, n. 3, p. 379-394.
Zivot E. & Wang, J. (2005). Modeling financial time series with S-plus. 2. ed. New York: Springer.
Publicado
2024-02-08
Como Citar
Caríssimo, C. R., Aveline, C. E. S., & Carvalho, F. de M. (2024). O Serviço da dívida pública e fragilidade financeira: evidências para os estados brasileiros. Enfoque: Reflexão Contábil, 43(1), 152-166. https://doi.org/10.4025/enfoque.v43i1.61366
Seção
Artigos Originais