COR E GÊNERO DAS VÍTIMAS DE HOMICÍDIOS EM ITABUNA, DE 1990-2015: A TERRITORIALIZAÇÃO DA EXCLUSÃO SOCIAL

  • Alex Rosa dos Santos
  • Maria Cristina Rangel
Palavras-chave: Espacialização, Violência, Itabuna,

Resumo

O objetivo deste artigo é levantar as características das vítimas de homicídio em Itabuna, no interior do Estado da Bahia, no período de 1990 – 2015 e verificar se há seletividade por cor e gênero das vítimas de homicídios nesta cidade. Para tanto foram coletados dados secundários referentes aos homicídios em três escalas geográficas (Brasil, Bahia e Itabuna), com a finalidade de comparação e entendimento do fenômeno. Os dados sobre homicídios e ocorrências criminais foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Mapa da Violência 2014 em conjunto com as informações obtidas da 6ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (COORPIN) de Itabuna. Também foram criadas figuras com dados do perfil das vítimas e as taxas da violência homicida para o município, nos anos estabelecidos. Foram identificadas as regularidades e suas correlações com a exclusão social, cor/raça, gênero e investigados os motivos de tais regularidades. Os resultados demonstram que mais de 70% da população do município de Itabuna são negros (pretos e pardos) e dos que morrem vítima de homicídio, mais de 70% são negros (dados de 2010). As maiores vítimas de homicídios são homens jovens e negros, com idade entre 15 – 29 anos e representam 80% das vítimas. Portanto, em Itabuna está havendo um grau maior de violência nesse segmento social, indicando uma seletividade recorrente de homicídios na população. Sendo assim, as políticas públicas devem ser voltadas também para esse público, considerando as variáveis a cor da pele, idade e gênero.

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Biografia do Autor

Alex Rosa dos Santos
Bacharel em Geografia pela Universidade Estadual  de Santa Cruz (UESC).
Maria Cristina Rangel
Professora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Doutorado em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Mestrado em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP).
Publicado
2017-12-07
Seção
Artigos