EDITORIAL
Resumen
Caríssimos(as) leitores(as).
A Geoingá: Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PGE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) apresenta a publicação do primeiro número do décimo primeiro volume. A seção de artigos proporciona estudos relevantes acerca da Geografia, em diferentes abordagens, procedimentos e perspectivas, permitindo vislumbrar avanços na compreensão acerca do espaço geográfico. Contamos, também, com outras duas seções, a Mesa Redonda e a Conversa na sala do café.
No primeiro artigo, Ramos e Chuma analisam as condições de caminhabilidade da cidade de São Manoel do Paraná, com o propósito de compreender a dinâmica dos deslocamentos e verificar a existência e a conservação das infraestruturas para a promoção da mobilidade ativa. Esta é uma temática que vem ganhando cada vez mais relevância nos estudos de mobilidade urbana, sobretudo em cidades de pequeno porte, que não exigem sistemas de transporte de alta complexidade.
Ainda tendo como objeto de discussão as pequenas cidades, Manfio debate em seu artigo os papeis destas localidades na rede urbana, abordando especificamente a cidade de Nova Palma – RS. Como resultado, foi possível identificar que esta cidade exerce funções específicas de moradia, lazer e circulação de bens agrícolas dentro da rede urbana.
Hauser, Santil e Oliveira, no terceiro artigo, apresentam uma importante contribuição no debate sobre as estratégias do ensino de escala cartográfica presente nos livros didáticos de Geografia a partir da teoria dos registros de representação semiótica de Raymond Duval. Esta pesquisa ilustra uma tendência atual de adoção de teorias de representação no estudo dos problemas envolvidos no ensino dos conteúdos cartográficos para o ensino básico.
No quarto artigo, de Souza e Barbosa, buscou-se explorar maneiras inovadoras de aplicar o uso de geotecnologias na sala de aula, com o intuito de desenvolver competências e habilidade dos alunos na análise espacial de uma forma mais dinâmica e interativa. Este experimento pode contribuir para a disseminação de novas práticas de ensino, compartilhando os desafios presenciados em sua realização.
Em seguida, Vargas e Fortes, com o objetivo de reconhecer o contexto litológico do Centro Norte Paranaense e seus possíveis desníveis estruturais, apresentam a caracterização e a análise da geologia em profundidade, tendo como base os dados geológicos de poços tabulares cedidos pelo Instituto das águas do Paraná. Foram confeccionados perfis individuais e por secção, os quais proporcionaram a visualização gráfica de subsuperfície, facilitando o entendimento do contexto geológico da área
Já Bertoldo, no sexto artigo, investigou a importância da aula de campo como metodologia didática para facilitar o entendimento dos conteúdos geográficos escolares. O objeto de estudo foi uma turma do Ensino Médio do Colégio Estadual Professora Ivone Soares Castanharo, no município de Campo Mourão, Paraná, e a extensão da pesquisa partiu de roteiros dirigidos no Parque Gralha Azul, na mesma cidade.
O sétimo artigo, de Oliveira, Pimenta e Barboza, traz para o debate as implicações provenientes de duas perspectivas demográficas distintas sobre as intensas mazelas sociais e econômicas presentes no mundo contemporâneo: a teoria neomalthusiana e a reformista/marxista, tendo como base os dados demográficos. Os autores buscam as implicações provenientes de ambos os entendimentos na leitura da questão populacional.
Por fim, Gomes e Silva buscaram selecionar e analisar artigos acadêmicos que trouxessem encaminhamentos didáticos e pedagógicos referentes à Lei Federal nº 10.639/03, que torna obrigatória no ensino de Geografia o tema da história e cultura afro-brasileira. A pesquisa realizada revelou que ainda se trata de um debate frágil no cenário geográfico e percebe-se que o relato de experiência acerca dessa realidade é superficial e com encaminhamentos repetitivos.
A seção Mesa Redonda refere-se ao registro da participação do Prof. Dr. Elpídio Serra na mesa redonda “A pesquisa geográfica: múltiplos olhares”, promovida no IX Simpgeo 2018, realizado na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Assim, o trabalho teve como preocupação identificar as possíveis tendências das pesquisas em Geografia Agrária, que acabam servindo de base para as teses e dissertações defendidas na área no Estado do Paraná.
A seção Conversa na sala do café apresenta sua quarta entrevista. Nesta edição, o Prof. Dr. Pedro Henrique Carnevalli Fernandes entrevistou a Prof. Dra. Maristela Denise Moresco Mezzomo, docente no Departamento de Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Câmpus de Campo Mourão, em Campo Mourão (PR). O foco principal da entrevista foi os estudos ambientais.
Desejamos que este número da Revista Geoingá promova inquietações e reflexões acerca do espaço geográfico.
Boa leitura!
Maringá (PR), 31 de maio de 2019.