EDITORIAL
Résumé
Prezados(as) leitores(as).
A Geoingá Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PGE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) apresenta a publicação do segundo número do nono volume. Esta edição contempla estudos relevantes acerca da Geografia Humana, Geografia Física e do Ensino de Geografia, transitando por diferentes abordagens, procedimentos e perspectivas acerca do espaço geográfico e/ou do ambiente escolar, além do lançamento da seção intitulada Conversa na sala do café.
No primeiro artigo, Borsato analisa as participações e quantificações dos sistemas atmosféricos que atuaram no Centro Sul do Brasil, em uma série histórica de 2002 a 2010, demonstrando as principais consequências no estado do tempo e as oscilações estacionais. O autor verificou que no inverno prevaleceram os sistemas de alta pressão, embora, a participação dos sistemas de alta na estação do outono foi próxima e/ou acima dos verificados para o inverno.
Na sequência, Santos e Rangel levantaram as características das vítimas de homicídio em Itabuna, no interior do Estado da Bahia, no período de 1990 – 2015, e verificaram a existência de seletividade por cor e gênero das vítimas de homicídios na cidade. Os resultados demonstram que as maiores vítimas de homicídios são homens jovens e negros, com idade entre 15 – 29 anos, representando 80% das vítimas.
Oliveira, Fonzar e Santil, no terceiro artigo, transitaram pelas relações entre o ambiente e a saúde. Nesse sentido, eles abordaram o comportamento da tuberculose no município de Maringá de 2010 a 2015, com base nos casos notificados pelo Sistema Nacional de Agravos Notificação (SINAN). Os resultados revelaram que mesmo com a ocorrência em zonas com maior concentração de pessoas e baixa renda, o agravo é “democrático” porque também está presente em áreas consideradas “mais nobres” da cidade.
O quarto artigo, de autoria de Oliveira, discutiu como o conteúdo de escala cartográfica é trabalhado em sala de aula, na disciplina de Geografia, considerando as dificuldades identificadas no processo ensino-aprendizagem. Assim, a autora constatou que os livros didáticos apresentam apenas a conceituação de escalas cartográficas, não proporcionando uma aplicação prática e significativa. Essa prática, segundo os entrevistados é uma das dificuldades dos alunos, aplicar o conceito de escalas cartográficas.
Depois, Moraes Sobrinho e Lima estudaram a consolidação e as mudanças do sistema educacional brasileiro, por considerarem que se a formação do trabalhador estiver em crise, o próprio mercado de trabalho estará prejudicado. Os resultados obtidos evidenciaram que a educação brasileira está à mercê das mudanças de governo, que hora promove melhorias, hora cortes de verbas e retrocessos, refletindo assim na qualidade da educação.
Germano, Angelis e Sampaio, no artigo seis, construíram um estudo referente às condições dos remanescentes florestais (habitats) nas paisagens. Assim, buscaram fazer uma análise da vegetação do Horto Florestal de Maringá, no Paraná, focando na classificação utilizando o índice razão simples, para gerar subsídios para futuras pesquisas no parque. Os resultados demonstraram uma classificação que compactua com a existência de uma floresta em boas condições ambientais, porém, as regiões de bordadura se mostraram impactadas com redução de vegetação.
O sétimo artigo, de Manfio e Medeiros, promoveram reflexões acerca do território a partir da noção de poder e de identidade. Assim, as autoras discutiram, primeiramente, o conceito de território na Geografia e, posteriormente, as territorialidades que evidenciam a formação de um território do vinho na Campanha Gaúcha, mediante a atuação da Associação Vinhos da Campanha Gaúcha. Como resultados, perceberam que a associação atua como construtora de relações e meios para a expansão do vinho, sendo responsável, também, pela sinergia de forças locais.
Na sequência, Tibola e Francischett desenvolveram o artigo com objetivo de repensar a qualidade do ensino e aprendizagem de Geografia para cegos no município de Francisco Beltrão - PR. Para isso, desenvolveram atividades com uma estudante cega, que frequenta o 8º ano do ensino fundamental II. Como resultados, as autoras identificaram que as limitações dos estudantes cegos podem ser superadas, desde que se realize o processo de interação dos sujeitos com o meio social, ao ter domínio da linguagem cartográfica e com a utilização de recursos didáticos táteis.
Neste número, lançamos a seção intitulada Conversa na sala do café. Em cada número haverá uma entrevista com pesquisadores e professores da Geografia, com a finalidade de conhecer melhor suas contribuições e perspectivas acerca do espaço geográfico. Na primeira Conversa na sala do café, entrevistamos a Professora Doutora Carla Holanda da Silva, docente no curso de Geografia da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Câmpus de Cornélio Procópio.
Desejamos que este número da Revista Geoingá promova inquietações e reflexões acerca do espaço geográfico.
Boa leitura!
Maringá, 06 de dezembro de 2017.