A RETERRITORIALIZAÇÃO DOS AGRICULTORES FAMILIARES REASSENTADOS PELO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA BAIXO IGUAÇU (PR)
Resumen
O artigo aborda a reterritorialização dos agricultores familiares reassentados no Reassentamento Rural Coletivo Flor da Serra (RRCFS), em Realeza–PR, após a implantação da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu (UHEBI). Este estudo, de abordagem qualitativa, foi realizado através de observações realizadas durante visita in loco, entrevistas semiestruturadas, registros fotográficos e análise cartográfica para compreender as dinâmicas territoriais entre 2013 e 2024. Os resultados indicam que a desterritorialização forçada rompeu laços culturais, sociais e econômicos dos agricultores, mas a reterritorialização no RRCFS possibilitou a reorganização produtiva e social, ainda que com desafios de adaptação e infraestrutura. As famílias reassentadas enfrentaram dificuldades, como a morosidade na entrega das terras e a necessidade de adequação às novas condições. Contudo, a proximidade do reassentamento com os antigos territórios favoreceu a manutenção de vínculos sociais e culturais. O estudo conclui que a reterritorialização é um processo complexo, que exige políticas públicas mais justas e eficazes para minimizar os impactos da desterritorialização e garantir condições dignas aos reassentados. A pesquisa contribui para o debate sobre os efeitos sociais e territoriais de grandes empreendimentos, evidenciando a importância de considerar as especificidades locais e os direitos das comunidades atingidas.

