CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA GEOECOLÓGICA DA PAISAGEM COMO BASE PARA O PLANEJAMENTO E GESTÃO MUNICIPAL: O CASO DE ASTORGA, NORTE DO PARANÁ
Resumo
Este trabalho tem como objetivo identificar as principais Unidades de Paisagem (UPs) do município de Astorga, localizado no norte do Paraná, e proceder à caracterização de sua estrutura geoecológica, tanto em perspectiva vertical quanto lateral. Busca-se, assim, avaliar suas potencialidades e vulnerabilidades, contribuindo com subsídios técnicos e conceituais para o planejamento territorial e a gestão municipal. Como resultado, foram definidas três macrounidades paisagísticas: a UPI, correspondente ao interflúvio principal, na área central do município; a UPII, localizada em cotas altimétricas intermediárias; e a UPIII, no setor sul. As unidades I e III apresentam maior vulnerabilidade. Na UPI, essa condição relaciona-se ao substrato arenítico e aos solos de textura média, comumente utilizados para o cultivo de cana-de-açúcar e a expansão urbana. Já na UPIII, a vulnerabilidade está associada ao aumento da declividade, às rupturas de relevo e à presença de solos rasos, como os Neossolos Litólicos e Regolíticos. As áreas de transição entre as unidades demonstraram maior complexidade paisagística. De modo geral, todas as UPs apresentam formas de uso e manejo do solo compatíveis com as potencialidades do ambiente; entretanto, as unidades I e III requerem atenção especial em razão de suas vulnerabilidades, sobretudo relacionadas à suscetibilidade à erosão e à degradação do solo. O diagnóstico geoecológico da estrutura da paisagem revelou-se uma ferramenta fundamental para o planejamento estratégico e para a formulação de políticas de gestão municipal, ao permitir a integração dos aspectos sociais, ambientais e econômicos, os três pilares do desenvolvimento sustentável.