MODERNIZAÇÃO ENERGÉTICA E DESENVOLVIMENTO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO: REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITAL E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NAS ÁREAS DE CERRADO
Resumen
Vivencia-se uma era de profundas transformações socioeconômicas associadas às metamorfoses na dinâmica do modo de produção capitalista, refletindo mutações no trabalho e modificações na relação metabólica homem-natureza. Diante do pensamento único e hegemônico imposto pelo capitalismo em tempos de globalização, das aviltantes condições de vida e intensificação da precarização do trabalho associadas à crise ambiental, novas questões passam a ser debatidas a partir do avanço do setor sucroalcooleiro nas áreas do Cerrado brasileiro nas últimas décadas. Considerado um setor estratégico e decisivo da economia e da geopolítica, a estrutura energética é um elemento de grande importância para o desenvolvimento de qualquer país. Neste contexto, a produção de agrocombustíveis evidencia ambigüidades: de um lado a fórmula para a crise ambiental com ênfase na expansão de cultivos não alimentares; de outro o aumento da fome e a crescente subnutrição ameaçam milhares de homens e mulheres, principalmente nos países pobres. Fundamentado na produção bibliográfica recente acerca da expansão do setor sucroalcooleiro nas áreas do Cerrado brasileiro, propõe-se discutir os fatores escondidos pelo discurso midiático e interesses do agronegócio. Propõe-se ainda uma análise geográfica sobre a questão energética, especificamente o setor sucroalcooleiro, estabelecendo o foco a partir da crise ambiental e da precarização do trabalho, enquanto sustentáculos para o processo de acumulação do capital.