NEOLIBERALISMO: INTERPRETAÇÕES CRÍTICAS E DEFENSIVAS, INTENCIONALIDADES E IMPLICAÇÕES
Abstract
À medida que avança, o neoliberalismo está desempenhando um papel cada vez mais significativo na estruturação de políticas de estado no ocidente global. Tal problemática ganhou muita atenção nos últimos anos e tem sido abordada em várias discussões acadêmicas. Dois conjuntos de interpretações definem os campos de entendimento geral do neoliberalismo: de um lado, estão os ideólogos que formularam e disseminaram preceitos ideológicos que, apesar de pretensamente apolíticos, desde as últimas décadas do século XX vêm orientando a implementação conjunta de políticas (educacionais, econômicas, ambientais, de saúde) que estruturam os estados nacionais em todo o ocidente global; de outro lado, estão aqueles teóricos que avaliam e criticam os preceitos elaborados, identificando como eles estão alterando as relações socioespaciais ao serem imiscuídos em todos os domínios da vida, implicando, portanto, em um conjunto de desdobramentos – muitos deles perversos para as populações. A proposta do artigo é fazer um balanço teórico sistemático das principais interpretações que permitem delinear esses dois campos teóricos, a partir da seguinte estrutura: (i) quais acepções delinearam os fundamentos do neoliberalismo; (ii) que interpretações buscaram examinar tais preceitos, tecendo críticas sobre eles, e sob quais aspectos se atêm. Nesse caminho, pretende-se sistematizar o debate sobre o tema e apresentar a contribuição da Geografia. Com isso, proponho uma interpretação que se oriente a compreender os elementos constitutivos do processo em curso, atentando-se para seus aspectos empíricos (dotada, portanto, de espaço-temporalidade); uma teoria que, além de apontar quem no campo da crítica está errado e quem está certo, explicite como o avanço dos preceitos está potencializando as mazelas que são próprias do capitalismo que ele confere sustentação.