VIVÊNCIA COTIDIANA E AS INTERVENÇÕES DO PODER PÚBLICO NA FAVELA: UMA ANÁLISE DO PROGRAMA VILA VIVA EM BELO HORIZONTE

  • Lucas Soares Rodrigues Mestrando em em Psicologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais
  • Maryana Pereira Jácome Mestranda em Psicologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais
  • Maria Luísa Magalhães Nogueira Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais
  • Thuíra Moreira Novaes Psicóloga formada pela Universidade Federal de Minas Gerais com ênfase em Processos Psicossociais (2014)
  • Jardel Sander da Silva Professor Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais

Résumé

Neste artigo, buscamos discutir as mudanças cotidianas e implicações psicossociais desenvolvidas a partir da implantação do Programa Vila Viva no aglomerado da Serra, em Belo Horizonte–MG. Usando entrevistas, documentos elaborados pelo poder público e derivas na localidade, observamos a existência de contradições entre o discurso oficial e a realidade vivenciada pelos moradores. Conclui-se que o empreendimento, embora tenha garantido vários direitos à população, ainda recai na lógica da desfavelização, ao não observar os modos de vida e organização dos moradores, levando a uma apropriação precária da comunidade frente aos produtos da intervenção. Aponta-se para a necessidade do poder público explorar outras propostas de organização do espaço e ampliar o diálogo, a fim de garantir intervenções em que os moradores sejam agentes das transformações de seu mundo físico-social, superando o discurso tecnicista de urbanidade e moradia, compreendendo-os como espaços de trocas cotidianas significativas.

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Bibliographies de l'auteur

Lucas Soares Rodrigues, Mestrando em em Psicologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais
Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Possui graduação em Psicologia, com ênfase em Processos Psicossociais, pela mesma universidade (2017). Participou do Programa ANDIFES de Mobilidade Acadêmica na Universidade Federal do Ceará (UFC) durante do semestre letivo 2016/2. É Editor-Chefe da Mosaico: Estudos em Psicologia (1952-5471). Tem experiência na área de Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: intervenção urbana, política habitacional, democratização da universidade, ações afirmativas, psicologia comunitária, psicologia escolar, psicologia jurídica no acolhimento institucional.
Maryana Pereira Jácome, Mestranda em Psicologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais
Mestranda em psicologia social pela UFMG e bacharel em psicologia, com ênfase em processos psicossociais por essa mesma instituição. Fez mobilidade acadêmica na UBA - Universidade de Buenos Aires - pelo programa escala estudantil da AUGM (Asociación de Universidades Grupo Montevideo) no segundo semestre de 2015. É editora-associada da revista Mosaico: Estudos em psicologia. Atua e pesquisa sobre temas relacionados ao direito à cidade, à relação espaço-subjetividade, derivas urbanas e projetos de intervenção estruturante em favelas. 
Maria Luísa Magalhães Nogueira, Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais
Desenvolve pesquisas e projeto de extensão na temática Transtornos do espectro autista. Integrante e co-coordenadora do LEAD (Laboratório de estudo e extensão em autismo e desenvolvimento) e do PRAIA (Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo), ambos da UFMG. Pesquisa e atua na interrelação entre diferença, espaço, alteridade e produção de subjetividade. É professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Doutora em Geografia/UFMG (2013), com tese sobre a produção do espaço e a experiência subjetiva contemporânea, tendo realizado estágio de doutorado sanduíche no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Possui mestrado em Psicologia/UFMG (2004) e é psicóloga. Mãe de um filho, esteve em licença maternidade em 2011.
Thuíra Moreira Novaes, Psicóloga formada pela Universidade Federal de Minas Gerais com ênfase em Processos Psicossociais (2014)
Psicóloga formada pela Universidade Federal de Minas Gerais com ênfase em Processos Psicossociais. Durante toda a graduação atuou na área de Direitos Humanos e Direito à Cidade. Foi estagiária no Laboratório de Estudos, Pesquisa e Extensão em Psicologia do Trabalho da UFMG, no qual atuou como integrante do projeto de extensão "Articulação de saberes relativos aos trabalhos marginais: tráfico de drogas e trabalho nas prisões" e do projeto "CULTHIS - Cultura, Trabalho e História: Espaço de atenção psicossocial ao preso, egresso, amigos e familiares", que tem como objetivo acolher quem está ou esteve encarcerado e quem possui um familiar ou um amigo, que está ou esteve preso e necessita de orientações e encaminhamentos. Participou como voluntária do projeto de Iniciação Científica "A vivência cotidiana e a intervenção Vila Viva em Belo Horizonte: produções subjetivas e políticas na cidade", que buscou compreender, a partir da história de vida individual, a afetividade presente no ato de morar e como essa afetividade era e é sentida antes e depois da intervenção. Além disso, buscou compreender qual é ou qual deveria ser o papel da psicologia em projetos de intervenção urbana e o porquê de ainda não termos nos apropriado desse espaço, tendo em vista que são escassas as publicações de psicólogos sobre o tema. Foi estagiária do Núcleo de Mediação e Cidadania do Aglomerado Santa Lúcia - BH, do Programa Pólos de Cidadania, da Faculdade de Direito da UFMG. O Programa Pólos de Cidadania é um programa de pesquisa e extensão da Faculdade de Direito da UFMG, que trabalha pela efetivação dos direitos humanos, da cidadania e da emancipação social em localidades de Belo Horizonte cuja exclusão e desigualdade social são traços marcantes. No programa, atuou no Núcleo de Mediação de Conflitos, trabalhando com a metodologia de Mediação de Conflitos, em demandas individuais e comunitárias. É Técnica em Turismo e Lazer pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).
Jardel Sander da Silva, Professor Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais
pesquisa e atua na interrelação entre arte, corpo e subjetividade, nas áreas da Educação (metodologia de ensino da dança e corpo) e das Artes (dança e performance). É professor Adjunto da Faculdade de Educação - FAE, na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG; realizou estágio de pós-doutorado na UFSC, com pesquisa sobre gesto e performance (2010-2011). Possui doutorado em Psicologia Clínica (Núcleo de Subjetividade) pela PUC-SP (2006), com tese sobre movimento corporal, processos de subjetivação e dança. É mestre em Psicologia e Sociedade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2001), com dissertação sobre teatro e loucura; e graduado em Psicologia pela mesma universidade (UFSC, 1996). Tem experiência em Dança Contemporânea (Contato Improvisação); Performance; Processos de Criação e Artes; Corpo e Subjetividade; Processos Grupais e de Comunicação. Atua principalmente nas seguintes áreas: dança (ensino e pesquisa); intervenção urbana (performance); oficinas de expressão e criação; movimento corporal na constituição das subjetividades; saúde coletiva; e saúde mental.
Publiée
2019-06-30
Rubrique
Artigos