Razões para peregrinar

experiências devocionais no santuário do Sagrado Coração de Jesus da Gruta da Mangabeira (Ituaçu - BA, 1900-1950)

Palavras-chave: Romaria; Peregrinação; Catolicismo;

Resumo

O artigo trata da vivência religiosa em Ituaçu – BA, cidade da Chapada Diamantina, na primeira metade do século XX. Por meio dos relatos orais, da documentação eclesiástica e das crônicas, apresentamos as narrativas, sobre a origem e o desenvolvimento das devoções, elaboradas pelos agentes religiosos: devotos, romeiros, peregrinos, promesseiros e clérigos, que fazem do ato de peregrinar a própria vida como viagem. Anualmente, entre os meses de agosto e setembro, os devotos e romeiros ocupam a Gruta da Mangabeira com seus cantos, benditos, rezas, ladainhas, novenas e procissões. A pesquisa demonstrou que, naquele espaço sacralizado, os fiéis rendem graça, renovam seus votos e promessas e re-atualizam seus mitos, sua fé e suas crenças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Edilece Souza Couto, Universidade Federal da Bahia - UFBA
Departamento e Programa de Pós-graduação em História.
Tânia Maria Meira Mota, Rede Pública Estadual de Ensino da Bahia

Mestre em História – Universidade Federal da Bahia – UFBA. Professora Aposentada da Rede Pública Estadual de Ensino da Bahia. https://orcid.org/0000-0003-3618-7455 taniammota01@gmail.com

Referências

AGUIAR, Durval Vieira de. Descrições práticas da Província da Bahia. Salvador, BA: Editora da Bahia, 1971.
ÁVILA, Aloísio. Acontece na cidade. Jornal Avante, Ituaçu, 12 de abr. 1934.
COSTA NETO, Antônio Francisco da. História de Ituaçu: a Gruta da Mangabeira. A Tarde. Salvador, set. 1986. Caderno especial, p. 1-2.
DICIONÁRIO Geográfico e Histórico da Bahia – 1923 – Setor de documentação baiana. Biblioteca Pública do Estado da Bahia.
GUIMARÃES, Ordálvio Souza. Bandeirantes e Sertanistas na Chapada Diamantina. Salvador, BA, 2004.
LIVRO de Tombo da Igreja Matriz Nossa Senhora do Alívio (1897). Arquivo da Igreja Matriz de Ituaçu.
MORAIS, Eduardo. A Gruta da Mangabeira. Tribuna de Ituaçu. Ituaçu, out. 1989. n. 1, p. 3.
NOVAIS, Agnaldo Oliveira. A fabulosa Gruta da Mangabeira. Salvador, BA: Empresa Gráfica da Bahia, 2006.
NOVAIS, Deocleciano de Souza, funcionário público aposentado e antigo morador do povoado da Gruta da Mangabeira. Entrevista concedida ao Jornal A Tarde, em set. de 1986, Caderno especial, p. 1-2.
WANDERLEY, Zilteman. A Gruta da Mangabeira: uma das maiores maravilhas do Estado da Bahia. Salvador, BA: Escola gráfica N. S. de Loreto, 1957.

Referências bibliográficas:
AZZI, Riolando. O catolicismo popular no Brasil: aspectos históricos. Petrópolis: Vozes, 1978
___. Catolicismo Popular e Autoridade Eclesiástica na Evolução Histórica do Brasil. Religião e Sociedade. Rio de Janeiro, n.1, maio 1977.
BARBOSA, Elvis Pereira. Cavernas como espaços sagrados. In: RASTEIRO, M. A.; MORATO, L. (Orgs.) Congresso Brasileiro de Espeleologia, 32,2013. Barreiras. Anais...Campinas: SBE, 2013. p. 157-165. Disponível em: http:// www.cavernas.org.br/anais32cbe 157-165. pdf. Acesso em 28/07/2017.
BRAGA, Antônio Mendes da Costa. Padre Cícero: sociologia de um Padre, antropologia de um santo. Bauru, SP: EDUSC, 2008.
CHAUÍ, M. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.
COUTO, Edilece S.. Tempo de festas: homenagens a Santa Bárbara, Nossa Senhora da Conceição e Sant’Ana em Salvador (1860-1940). Salvador: EDUFBA, 2010.
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano: a essência das religiões. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
FERREIRA, Jurandir (Org.). Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1958.
FERREIRA, Marieta de Moraes. AMADO, Janaína. (Org.) Usos e Abusos da História Oral. 4. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001.
FRANÇA, Susani S. L. Peregrinos e centros de peregrinação. In: FRANÇA, Susani S. L.; NASCIMENTO, Renata C. de S.; LIMA, Marcelo P. (Org.). Peregrinos e Peregrinações na Idade Média. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
JESUS, Elivaldo Souza de. Gente de promessa, de reza e de romaria: experiênciasdevocionais na ruralidade do Recôncavo Sul da Bahia (1940-1980). Dissertação de Mestrado em História Social da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Salvador, 2006.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom; HOLANDA, Fabíola. História Oral: como fazer, como pensar. São Paulo: Contexto, 2013.
MEIRA, Rita de Cássia Novais. O impacto das atividades econômicas na Gruta da Mangabeira. Monografia. Vitória da Conquista-BA: UESB, 1996.
MENDES, Sandra Regina. O imaginário como objeto da História. In: TEIXEIRA, Marli Geralda (Org.). O imaginário das grutas. Ilhéus/BA: Editus, 2003.
MOTA, Geová Nepomuceno. O fenômeno religioso da romaria sob a perspectiva da fé cristã: A romaria do santuário de Bom Jesus da Lapa. Dissertação de Mestrado em Teologia. FAJE – Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Belo Horizonte, 2008.
MOTA, Tânia Maria Meira. O ofício das rezadeiras: crenças, saberes e práticas religiosas e curativas em Ituaçu-BA. In: Colóquio Nacional História Cultural e Sensibilidades, 4 nov. 2014, Caicó. Anais...Caicó-RN: CERES/UFRN, 2014. p. 140-158.
NEVES, Erivaldo Fagundes. Uma comunidade sertaneja, da sesmaria ao minifúndio: um estudo de História regional e local. Feira de Santana: Editora UEFS/Salvador: EDUFBA, 1998.
ROSENDAHL, Zeny. Espaço e religião: uma abordagem geográfica. 2. ed. Rio de Janeiro: UERJ, 2002.
___. Hierópolis: O Sagrado e o Urbano. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999.
___. Primeiro a obrigação, depois a devoção: estratégias espaciais da Igreja Católica no Brasil de 1500 a 2005. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012.
SANTOS, Jocélio Teles dos. O dono da terra: o caboclo nos candomblés da Bahia. Salvador: Sarah Letras, 1995.
SILVA, Cândido da Costa e. Roteiro da Vida e da Morte: um estudo do catolicismo no sertão da Bahia.São Paulo: Ática, 1982.
STEIL, Carlos Alberto. O sertão das romarias: um estudo antropológico sobre o santuário de Bom Jesus da Lapa – Bahia. Rio de Janeiro: Vozes, 1996.
Publicado
2020-08-16
Como Citar
Couto, E. S., & Mota, T. M. M. (2020). Razões para peregrinar. Revista Brasileira De História Das Religiões, 13(38). https://doi.org/10.4025/rbhranpuh.v13i38.54840