Do Samsara à ancestralidade: a apropriação do culto aos ancestrais no Budismo japonês

  • Richard Gonçalves André Universidade Estadual de Londrina

Abstract

Parte do Budismo japonês é voltada para os ritos mortuários. O culto aos ancestrais engloba procedimentos fundamentados, principalmente, nas oblações realizadas no interior de oratórios domésticos, os chamados butsudan, e em torno das tabuletas “memoriais” denominadas ihai. O objetivo do presente artigo é analisar como o imaginário mortuário constitui apropriações que o Budismo nipônico realizou da religiosidade japonesa, marcada pelos cultos às entidades locais ou kami, desde sua introdução em território nipônico a partir do século VI d.C. Para isso, é utilizado o conceito de sincretismo, tal como definido por Rafael Shoji. Como discussão, pode-se afirmar que o traço mortuário remete às apropriações e sincretismos de uma religiosidade que, desenvolvendo-se em lugares e estruturas sociais diferentes daquelas nas quais foi concebida, passou a acomodar e ressignificar estrategicamente novos elementos num sistema religioso dinâmico.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Richard Gonçalves André, Universidade Estadual de Londrina
Professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Londrina e doutor em História pela Universidade Estadual Paulista.
Published
2018-09-01
How to Cite
André, R. G. (2018). Do Samsara à ancestralidade: a apropriação do culto aos ancestrais no Budismo japonês. Revista Brasileira De História Das Religiões, 11(32), 277-305. https://doi.org/10.4025/rbhranpuh.v11i32.40442