O princípio pluralista e a visibilidade acadêmica-científica dos saberes dos povos tradicionais
um reforço aos direitos humanos e à democracia
Resumo
O texto apresenta resultados de pesquisa sobre a relação do princípio pluralista com uma das principais tarefas decoloniais que é a de conceder estatuto e visibilidade acadêmica-científica aos saberes dos povos tradicionais, em geral, colocados a margem nos espaços acadêmicos ou analisados à luz de perspectivas coloniais. A realização desta tarefa coopera substancialmente para os processos de fortalecimento da democracia e de defesa dos direitos humanos. Metodologicamente, a pesquisa está centrada na formulação de sínteses relativas ao pensamento decolonial, especialmente a noção de entre-lugar e de interculturalidade crítica, associada às tensões entre as sociologias das ausências e das emergências de identidades e às críticas às formas de colonialidade do poder, do saber e do ser.
Downloads
Referências
ARAGÃO, Gilbraz. “Do transdisciplinar ao transreligioso”. In: TEPEDINO, Ana Maria; ROCHA, Alessandro (org.). A teia do conhecimento: fé, ciência e transdisciplinaridade. São Paulo: Paulinas, 2008, p. 133-148.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001.
BOFF, Leonardo. Ecologia, grito da terra, grito dos pobres: dignidade e direitos da Mãe Terra. Petrópolis: Vozes, 2015.
CANDAU, Vera; OLIVEIRA, Luis Fernando de. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista, v. 26, n. 1, Belo Horizonte, p. 15-40, abril 2010.
CUNHA, Carlos. Provocações decoloniais à Teologia Cristã. São Paulo: Terceira Via, 2017.
DUPUIS, Jacques. Rumo a uma teologia cristã do pluralismo religioso. São Paulo: Paulinas, 1999.
DUSSEL, Enrique. “Europa, modernidade e eurocentrismo”. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Buenos Aires- Argentina: CLACSO, 2005. p. 55-70.
FORNET-BETANCOURT, Raúl. Interculturalidade: críticas, diálogo e perspectivas. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2004.
GEBARA, Ivone. Mulheres, religião e poder: ensaios feministas. São Paulo: Terceira Via, 2017.
GEFFRÉ, Claude. Crer e interpretar: a virada hermenêutica da teologia. São Paulo: Vozes, 2004.
GIUMBELLI, Emerson. "O campo religioso em suas configurações". In: SENA, Emerson & SOFIATI, Flávio (org.). Novas leituras do campo religioso brasileiro. São Paulo: Ideias & Letras, 2014, p. 153-175.
HALL, Stuart. Formations of Modernity. Oxford, UK, Blackwell Publishers Ltd., 1992.
HINKELAMMERT, Franz. Mercado versus direitos humanos. São Paulo: Paulus, 2014.
MIGNOLO, Walter. Delinking. The rethoric of modernity, the logic of coloniality and the grammar of de-coloniality. Cultural studies, Abingdon-on-Thames, Routledge, vols 2 and 3, n. 21, March/May 2007, p. 449-514.
MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: literatura, língua e identidade, Niterói, n. 34, p. 287-324, 2008.
MORIN, Edgar. Ciência com consciência. 10 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
PUI-LAN, Kwok. Globalização, gênero e construção da paz: o futuro do diálogo interfé. São Paulo: Paulus, 2015.
RIBEIRO, Claudio de Oliveira. O princípio pluralista. São Paulo: Loyola, 2020.
RIBEIRO, Claudio de Oliveira. Religião, decolonialidade e o princípio pluralista. Numen, v. 23, n. 1, Juiz de Fora, p. 21-40, 2020b.
RIEGER, Joerg. Libertando o discurso sobre Deus: pós-colonialismo e o desafio das margens. Estudos de Religião, v. 32, n. 34, São Bernardo do Campo, p. 84-104, jan/jun. 2008.
RIEGER, Joerg; MIGUEZ, Nestor; MO SUNG, Jung. Para além do espírito do Império: novas perspectivas em política e religião. São Paulo: Paulinas, 2012.
SAMPAIO, Dilaine. Ciências da Religião e Teologia como área autônoma: reconfiguração do debate epistemológico, novos desafios e perspectivas para o estudo das (não) religiões e da(s) espiritualidade (s). Horizonte, v. 17, n. 53, Belo Horizonte, p.890-914, maio/ago. 2019.
SANTA ANA, Julio de. “Diálogos inter-religiosos: dificuldades e promessas”. In: SOTER (org). Religiões e Paz Mundial. São Paulo: Paulinas, 2010.
SANTOS, Boaventura de Souza. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2010.
SENRA, Flávio; SAMPAIO, Dilaine; RIBEIRO, Claudio de Oliveira. Revisitando a experiência dos Programas Profissionais da área Ciências da Religião e Teologia /CAPES no Brasil”. Horizonte, v. 18, nº 55, Belo Horizonte, p. 324-349, jan/abr 2020.
SIMAS, Luis Antônio; RUFINO, Luis. Encantamento: sobre política de vida. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2020.
SIMÕES, Maria Cecília; LAMAS, Rita Suriani. “Espiritualidades indígenas em diálogo: potencialidades (e limites) do princípio pluralista”. In: RIBEIRO, Claudio de Oliveira (org.). O princípio pluralista em debate. São Paulo: Recriar, 2021, p. 271-285.
TOSTES, Angélica; RIBEIRO, Claudio de Oliveira. Polidoxia, entrelugares e fronteiras da cultura e pluralismo religioso. Reflexão, 45, Campinas, e204892, 2020.
WALSH, Catherine. Interculturalidad Crítica/Pedagogia decolonial: apuestas (des)de el in-surgir, re-existir y re-vivir. In: Memórias del Seminário Internacional "Diversidad, Interculturalidad y Construcción de Ciudad", Bogotá: Universidad Pedagógica Nacional 17-19 de abril de 2007.
WALSH, Catherine. Interculturalidad, Estado, Sociedad: Luchas (de)coloniales de nuestra época. Quito: Universidad Andina Simón Bolívar/Abya Yala, 2009.
WALLERSTEIN, Immanuel. World-Systems Analysis: An Introduction. Durham & London: Duke University Press, 2004.
WIRTH, Lauri. “Religião e epistemologias pós-coloniais”. In: PASSOS, João Décio; USARSKI, Frank (orgs.). Compêndio de Ciência da Religião. São Paulo: Paulinas/Paulus, 2013, p. 129-142.
Copyright (c) 2022 Claudio de Oliveira Ribeiro (Autor)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 3.0 (CC BY 3.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.
