AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA ROTAÇÃO MEDIAL DA TÍBIA PROXIMAL APÓS LUXAÇÃO COXOFEMORAL. UMA TENTATIVA DE PROVAR A INFLUÊNCIA DO POSICIONAMENTO DA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL NA ETIOPATOGENIA DE LUXAÇÕES MEDIAIS DE PATELA EM CÃES
Resumo
Objetivou-se avaliar o grau de rotação medial da tíbia após luxação coxofemoral na tentativa de provar a influência do posicionamento da articulação coxofemoral na etiopatogenia de luxações mediais de patela em cães. Foram realizadas análises qualitativas em cadáveres de dez cães. Fez-se a observação da rotação medial e da frouxidão do ligamento por análises clínicas através da flexão e extensão do joelho com leve rotação medial, mimetizando o movimento anatômico do joelho quando o animal toca o solo. As mesmas análises foram realizadas com a articulação coxofemoral luxada em posição dorsocranial e caudoventral. Observou-se grande diferença quanto a frouxidão do ligamento patelar, especialmente em hiperextensão do membro, quando houve a luxação do quadril. Quando comparado a tensão normal do ligamento patelar, houve maior frouxidão do ligamento patelar quando o fêmur estava luxado craniodorsalmente e leve frouxidão do ligamento patelar quando o fêmur estava luxado caudoventralmente. Quanto a rotação interna da tíbia, durante o movimento de flexão e extensão do joelho, também em comparação com a articulação coxofemoral preservada, observou-se maior rotação medial da tíbia na luxação craniodorsal do fêmur e pouca rotação medial da tíbia na luxação caudoventral do fêmur. Conclui-se que a má conformação da articulação coxofemoral influencia diretamente na tensão do músculo quadríceps e consequentemente no ligamento patelar, favorecendo a rotação interna da tíbia proximal, atuando como possível fator predisponente para as luxações mediais de patela.
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Referências
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