A questão do ressentimento na ética trágica de Nietzsche

  • Renato Nunes Bittencourt Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ
Palavras-chave: Nietzsche, Ressentimento, Vitalidade, Decadência, Fisiologia.

Resumo

O artigo expõe, conforme a interpretação de Nietzsche sobre a história da cultura ocidental, que um dos principais sintomas da sua decadência residiria no ressentimento, que se manifesta no indivíduo incapaz de criar valores afirmativos da existência. Ao sofrer uma ofensa, tal indivíduo, impotente em reagir efetivamente, desenvolve no seu íntimo o anseio por uma reparação imaginária, motivada pelo sentimento de vingança. O ressentido sofre de enfraquecimento da vitalidade, e perde qualquer tipo de vínculo efetivo com a realidade. Essa conduta é característica do que Nietzsche denomina de “moral dos escravos”, que prevaleceu ao longo de nossa civilização ao subjugar a “moral nobre”, adepta dos valores afirmativos da existência. A moral cristã seria a grande responsável por essa situação, ao inverter a ordem dos valores ativos em vigor, depreciando-os, enquanto os valores que, na acepção nobre seriam considerados como “decadentes”, foram alçados ao patamar das grandes virtudes morais.

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Biografia do Autor

Renato Nunes Bittencourt, Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ
Graduado, Mestre e atualmente Doutorando em Filosofia pelo PPGF-UFRJ. Professor Substituto do Departamento de Filosofia da UFRJ (2008), Professor do Departamento de Filosofia do Colégio Pedro II - Unidade São Cristóvão (2006-2007), autor dos livros A Lei da Potência da Justiça em Nietzsche (Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2007), Comunicação e Filosofia (Rio de Janeiro, Ed. CCAA, 2007) e Ética e Legislação do Audiovisual (idem).
Publicado
2009-05-11
Como Citar
Bittencourt, R. N. (2009). A questão do ressentimento na ética trágica de Nietzsche. Revista Urutágua, (18), 47-61. https://doi.org/10.4025/revurut.v0i18.6416
Seção
Filosofia