Desempenho fiscal dos municípios da região metropolitana de Maringá e participação democrática
Resumo
O artigo decorre de pesquisa desenvolvida no âmbito do Observatório das Metrópoles, rede de investigações em regiões metropolitanas brasileiras que se dedica ao estudo das políticas urbanas e sua relação com a gestão democrática do Estado. Sua temática trata, especificamente, do desempenho da gestão fiscal entre os anos de 2013 e 2022 em municípios da Região Metropolitana de Maringá (RMM), de modo que o objetivo é analisar a evolução da gestão fiscal dos municípios da RMM a fim de identificar elementos que permitam a compreensão sobre a dificuldade em estabelecer Orçamentos Participativos (OPs) nessas localidades. Para tanto, a investigação se concentrou na coleta, sistematização e análise do índice produzido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) acerca da gestão fiscal no nível municipal, bem como dos indicadores de autonomia, gastos com pessoal, investimentos e liquidez que compõem tal índice, tendo como parâmetro o referido conjunto de 26 municípios no período destacado. Ademais, discutiu-se teórica e normativamente aspectos pertinentes a caracterização das iniciativas de OPs e sua relação com o arranjo federativo nacional, que impacta diretamente a gestão fiscal dos municípios. O resultado dessa análise permitiu o estabelecimento de considerações acerca da evolução desses indicadores e do índice para a RMM entre 2013 e 2022, as quais culminaram na interpretação de que a gestão fiscal desse conjunto de municípios, com suas especificidades respeitadas, aponta dificuldade das prefeituras em manter condição fiscal favorável, o que se colocaria como fator relevante à disponibilização de parte dos recursos públicos à discussão coletiva por meio de OPs e, portanto, se revelou como aspecto limitante de seu desenvolvimento na RMM.
Downloads
Referências
Abrucio, F. L., & Franzese, C. (2013). Efeitos recíprocos entre federalismo e políticas públicas no Brasil: os casos dos sistemas de saúde, de assistência social e de educação. In G. Hochman, & C. A. P. Faria (Orgs.), Federalismo e políticas públicas no Brasil (pp. 361-386). Editora Fiocruz.
Almeida, D. R. (2013). Prefácio: dilemas e virtudes da institucionalização da política. In E. M. Silva, & L. B. Soares (Orgs.), Experiências de participação institucionalizada (pp. 11-39). Universidade Federal de Belo Horizonte.
Arretche, M. (2015). Democracia, federalismo e centralização no Brasil. Editora Fiocruz.
Avritzer, L. (2009). Participatory institutions in democratic Brazil. Woodrow Wilson Center; Johns Hopkins University.
Avritzer, L. (2015). A participação no Brasil democrático e seu desenho institucional. In L. Avelar, A. O. Cintra (Orgs.), Sistema político brasileiro: uma introdução (pp. 189-206). Konrad Adenauer Stiftung.
Avritzer, L., & Navarro. (2003). A inovação democrática no Brasil: o orçamento participativo. Cortez.
Avritzer, L., & Santos, B. S. (2013). Para ampliar o cânone democrático. In B. S. Santos (Org.), Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa (pp. 39-82). Civilização Brasileira.
Belançon, M. C., & Gimenes, E. R. (2023). Orçamentos participativos no Brasil: caracterização e perfil do engajamento popular. Anais do 13º Encontro Internacional de Produção Científica, Maringá, PR. https://rdu.unicesumar.edu.br/bitstream/123456789/10873/1/684019.pdf
Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Cunha, M. S. (2023). Estrutura produtiva e nível de autonomia fiscal na Região Metropolitana de Maringá. In: A. R. Marchezan, & C. Tonella (Orgs.), Reforma urbana e direito à cidade: Maringá (pp. 109-124). Letra Capital.
Engenharia Planejamento e Consultoria [URBTEC™]. (2021). Conheça o PDUI da Região Metropolitana de Maringá. https://desen343.wixsite.com/pduimaringa/conhecaopdui
Fedozzi, L. (2000). O poder da Aldeia: gênese e história do orçamento participativo de Porto Alegre. Tomo Editorial.
Fedozzi, L. J., & Lima, K. C. (2013). Os orçamentos participativos no Brasil. In N. Dias (Org.), Esperança democrática: 25 anos de orçamentos participativos no mundo (pp. 151-162). In Loco.
Ferreira, M. R. (2003). O orçamento participativo como instrumento de geração de capital social: um estudo do Conselho do Orçamento Participativo - ano 2001/2002 - do município de Maringá-PR (Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Maringá).
Índice Firjan de Gestão Fiscal [IFGF]. (2023a). Metodologia. https://www.firjan.com.br/data/files/F1/51/B4/7F/CB27B810506B68A8D41909C2/Anexo_Metodologico_IFGF_2023.pdf
Índice Firjan de Gestão Fiscal [IFGF]. (2023b). Gestão fiscal. https://www.firjan.com.br/ifgf/
Giacomoni, J. (2010). Orçamento público. Atlas.
Gimenes, É. R. (2017). Eleitores e partidos políticos na América Latina. Appris.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]. (2023). Censo demográfico 2022. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/22827-censo-demografico-2022.html
Lei Estadual Complementar nº 83, 17 de julho de 1998. (1988). Institui a Região Metropolitana de Maringá, constituída pelos municípios que especifica. Curitiba, PR. https://leisestaduais.com.br/pr/lei-complementar-n-83-1998-parana-institui-a-regiao-metropolitana-de-maringa-constituida-pelos-municipios-que-especifica
Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000. (2000). Lei de Responsabilidade Fiscal. Brasília, DF. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/102628/lei-de-responsabilidade-fiscal-lei-complementar-101-00
Lüchmann, L. H. H. (2011). Associações, participação e representação: combinações e tensões. Lua Nova, 1(84), 141-174.
Peres, U. D. (2020). Dificuldades institucionais e econômicas para o Orçamento Participativo em municípios brasileiros. Caderno CRH, 1(33), e020007. https://doi.org/10.9771/ccrh.v33i0.33972
Rede Brasileira de Orçamentos Participativos [RBOP]. (2012). Relatório técnico. Guarulhos.
Ribeiro, R. R. M., Souza, A. S., Borges, I. M. T., Mattiello, K., & Pavão, J. A. (2020). Orçamento participativo e a teoria da contingência: uma investigação do processo orçamentário municipal na Região Metropolitana de Maringá. Revista Ciências Sociais em Perspectiva, 19(5), 1-23. https://doi.org/10.48075/revistacsp.v19i5anos.27088
Romão, W. M. (2010). Nas franjas da sociedade política: estudo sobre o orçamento participativo (Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo).
Souza, C. (2013). Instituições e mudanças: reformas da Constituição de 1988, federalismo e políticas públicas. In G. Hochman, & C. A. P. Faria (Orgs.), Federalismo e políticas públicas no Brasil (pp. 91-118). Editora Fiocruz.
Teixeira, S. M. F., & Pinho, C. E. (2018). Liquefação da rede de proteção social no Brasil autoritário. Revista Katálisys, 21(1), 14-42. https://doi.org/10.1590/1982-02592018v21n1p14
Tonella, C. (2015). Cultura política, dimensões do exercício da cidadania e participação na vida pública. In C. Tonella (Org.), Política e sociedade em cidade de porte médio: o caso de Maringá. Eduem.
Wampler, B. (2008). A difusão do orçamento participativo brasileiro: ‘boas práticas’ devem ser promovidas? Opinião Pública, 14(1), 65-95.
Copyright (c) 2025 Celene Tonella, Eder Rodrigo Gimenes, Milena Cristina Belançon, Marina Silva da Cunha

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.