<b>A crença religiosa sob a perspectiva semiótica de Peirce

  • Ricardo Gião Bortolotti Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’
Palavras-chave: ciência, emoção, interpretantes, sagrado, sentimentos, signo

Resumo

Esse artigo pretende apresentar algumas relações entre as crenças, especificamente a religiosa, e a teoria dos interpretantes de Peirce. Parte-se, pois, do pressuposto de que a crença religiosa enfatiza o aspecto emocional do fiel, impedindo a crítica e a mudança de hábito. Segundo o autor, a natureza da cognição é contrária à determinação desse tipo de crença, uma vez que se fundamenta no método e no falibilismo de nossas hipóteses. Tal método não se contenta em deduzir suas consequências, mas busca, ao longo do tempo, e por intermédio da comunidade de seres que pensam por meio de signos, a verificação indutiva de seus resultados. O problema da crença religiosa está na aceitação de um mundo transcendente e na intuição que servem de orientação para a conduta. A ideia de Deus, sendo vaga, não se submete aos critérios de verdade das hipóteses científicas, mas engendrada pelos sistemas religiosos cria signos cujo apelo emocional é evidente, reorientando-os para finalidades próprias. Repete, portanto, o sucesso que o dogma alcançou em fórmulas passadas e que foram eficazes para aplacar a angústia do crente e reproduzir a ordem. O conhecimento não deve ter fronteiras, pois alicerçado no método e na cognição do real.

 

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Biografia do Autor

Ricardo Gião Bortolotti, Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’

Professor assistente doutor, Departamento de História, UNESP/Assis. Professor de Filosofia e História da Filosofia.

Publicado
2014-12-05
Como Citar
Bortolotti, R. G. (2014). <b&gt;A crença religiosa sob a perspectiva semiótica de Peirce. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, 36(2), 235-244. https://doi.org/10.4025/actascihumansoc.v36i2.24125
Seção
Filosofia