Algumas notas sobre os livros infantis na hipermodernidade: O Polegarzinho ou As Botas de Sete Léguas numa seleção de livros-objeto para a infância
Resumo
A dimensão morfológica, anatômica e material aufere, hoje, um especial relevo ao livro de recepção infantil, contrariamente à tradicional deferência atribuída à componente verbal, substantivada em objetos, não raras vezes, lúdicos, híbridos, originais que desafiam quaisquer tentativas de definição e categorização por parte da investigação. Tendo como referência central o volume Agradar e tocar: ensaio sobre a sociedade da sedução, de Gilles Lipovetsky, dedicado à destrinça dos pilares da sociedade hipermoderna, este estudo centra-se, particularmente, no conto O Polegarzinho ou As Botas de Sete Léguas, universalmente difundido desde 1697, por Charles Perrault, texto aqui revisitado em quatro livros-objeto dirigidos à infância, designadamente As Botas das Sete Léguas, de Vojtěch Kubašta; Polegarzinho e as Botas das Sete Léguas, ilustrado por Truus Vinger, ambos editados pela Electroliber; O Pequeno Polegar, da Booksmile, e O Muito Grande Pequeno Polegar, ilustrado por Clémentine Sourdais, traduzido pela Edicare. Pretende-se, deste modo, refletir sobre as principais singularidades destas obras ou destas reconfigurações verbo-icônicas e gráficas, baseadas sobretudo na exploração da materialidade do objeto-livro, por via da qual se revisita ao nível estético, sensorial ou, mesmo, lúdico uma narrativa centrada na temática da morte e do abandono infantil.
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