Leituras, tempos, convulsões: o romance Machado, de Silviano Santiago

Palavras-chave: curadoria; leitura; Machado de Assis; ressignificação; Silviano Santiago.

Resumo

Este artigo apresenta uma análise do romance Machado (2016), de Silviano Santiago, com foco na problematização do gesto de leitura que o autor, e personagem-escritor, propõe para ficcionalizar e ressignificar a personagem Machado de Assis no rol da historiografia literária. Como um leitor desdobrado em autor, Silviano Santiago ressignifica a cena literária que produz sobre personas, lugares e tempos do passado, fazendo uma curadoria de documentos, imagens e anais. Após uma discussão de proposições de gestos de leitura ficcionalizados no romance, a abordagem adotada permite o recorte e o aprofundamento da relação temporal da personagem-escritor Machado com o presente da escrita de Silviano, a partir da desorganização arquivística operada por este sobre as ruínas do tempo social, a Belle Époque carioca, mas também sobre as ruínas pessoais daquele, do fundador da Academia Brasileira de Letras, como a sua doença e o seu fim de vida. Na espiral armada pelo crítico e ficcionista contemporâneo, o gesto de leitura encenado na diegese performatiza o ideal de leitura na sua recepção, da continuidade da literatura a partir de uma sinalização para os leitores do século XXI emanciparem-se e ocuparem outros lugares. Nesse sentido, a leitura literária é o potencial estético e político do romance e desse trabalho.

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Publicado
2021-04-06
Como Citar
Rocha, H. S. (2021). Leituras, tempos, convulsões: o romance Machado, de Silviano Santiago. Acta Scientiarum. Language and Culture, 43(1), e55645. https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v43i1.55645
Seção
Literatura

 

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