O jornal e as artes: confluências na história das epidemias de 1918 e de 2020
Resumo
Este artigo tem como tema as relações entre arte e jornalismo e as funções de ambos os discursos no registro e na discussão da história. Com base nisso, o presente trabalho objetiva estabelecer um paralelo entre a novela ‘O mez da grippe’ (1981), de Valêncio Xavier, algumas notícias de jornal publicadas em 2020 e a série ‘Fantasmagoria’ (2020), de José Rufino, a fim de consolidar a arte e o jornalismo como veículos influentes na formação da memória coletiva e da narrativa relativa a dois contextos epidêmicos distintos, nos séculos XX e XXI. Dessa forma, este breve estudo, de caráter bibliográfico e comparativo, é dividido em duas partes: na primeira seção, analisa-se a literatura de Valêncio Xavier, que utiliza notícias de jornal em sua composição, para oferecer aos leitores um panorama da epidemia de gripe espanhola na cidade de Curitiba, no ano de 1918; e, na segunda parte, são apresentados a arte visual de José Rufino e textos jornalísticos que delineiam e problematizam a pandemia de 2020. No que se refere ao referencial teórico, esta pesquisa faz uso dos postulados de Linda Hutcheon, Maurice Halbwachs, Antonio Olinto, Ernest Fischer, entre outros. Como resultado, foram obtidos dados bastante similares, nas narrativas correspondentes aos dois contextos epidêmicos, o que dá subsídios para a conclusão de que, apesar do distanciamento histórico e de algumas especificidades entre as epidemias de 1918 e 2020, as similaridades são preponderantes, revelando que a amplitude social desses fatos históricos é vulnerável ao caráter múltiplo das percepções subjetivas, opondo, respectivamente, memória individual e memória coletiva.
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