Condições para a emergência da narrativa nostálgica na pandemia: de sintoma individual a emoção contemporânea
Resumo
Este artigo investiga como o sentimento nostálgico progressivamente passou a estar presente nas narrativas sociais. Ou seja, como um sintoma individual, observado cientificamente no século XVII, tornou-se uma estratégia narrativa na indústria cultural do século XX e se faz presente nas relações das mídias sociais. Principalmente na época da pandemia mundial do novo coronavírus, quando a memória idealizada de outros tempos aparece com maior recorrência nas expressões, em face do isolamento social para conter a disseminação do vírus. Para observar essa evolução, busca-se compreender, na revisão da literatura, o conceito de nostalgia e a forma como sua trama se constitui, na obra de Svetlana Boym (2017). Em seguida, discute-se como a queda do narrador arcaico, como apontado por Walter Benjamin (2012), o fim das metanarrativas altissonantes, como citado por François Lyotard (2020), cria condições para uma cultura que seduz pela memória, como afirma Andreas Huyssen (2000). Em seguida, aborda as condições sociais contemporâneas que possibilitam o surgimento da nostalgia de um lar acolhedor, perdido com o perpassar acelerado do tempo, nos conceitos de ‘Modernidade Líquida’ (2001) e ‘Retrotopia’ (2017) de Zigmunt Bauman. Por fim, torna possível compreender a emergência nostálgica nas expressões culturais midiáticas articuladas às angustias e às incertezas sanitárias, econômicas e sociais causadas pela pandemia
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