Encruzilhadas translíngues: uma vivência enativo-performativa afro-diaspórica em guia pedagógico para acolhimento de crianças em português
Resumo
Este artigo tem como objetivo revisitar uma atividade com o jongo Pisei na Pedra (2014) que figura no guia Nossa Casinha (no prelo), material destinado a educadores/as para a mediação de sequências didáticas (SD) de língua portuguesa com crianças em situação de migração/ refúgio. Avaliamos tal proposta de trabalho como uma forma de expressão afro-brasileira caracterizada pela integração de cantos, sons de tambores, dança coletiva e elementos de espiritualidade (Rufino, 2014). O cruzamento dessa assemblagem (Pennycook, 2017) com uma pedagogia enativo-performativa, que une as raízes biológicas e as raízes estéticas das linguagens poéticas (Maturana & Varela, 1987; Lecoq, 1997 apud Aden & Eschenauer, 2020), permitiu a criação de um quadro teórico-analítico translíngue, por meio do qual o jongo possa ser vivenciado e reverenciado como manifestação afro-diaspórica em práticas educativas antirracistas, na potência de sua composição estética, emergente, experiencial, corporificada e transformativa. Além disso, o confronto à compartimentalização, ao assimilacionismo e ao monolinguismo escriturístico, características que atravessam as práticas de linguagem do guia em análise, permite a expansão de possibilidades de trabalho no campo do português como língua adicional, ao proporcionar um olhar que acata a complexidade, a relacionalidade e a afetividade como elementos constitutivos de nossas vivências em educação linguística transformadora.
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