A face interlocutiva dos documentos escolares individuais
Resumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar a face interlocutiva dos documentos escolares individuais no âmbito da Socioterminologia (Gaudin, 1993), da interlocução (Ducrot, 1987), da Teoria Comunicativa da Terminologia (Cabré, 1999), do Discurso (Maingueneau, 2001). Formamos as instâncias hierárquicas no sistema educacional brasileiro em relação ao espaço temporal entre as LDB 5.692/1971, LDB 9.394/1996 e a legislação complementar. As análises pautam-se na Abordagem Terminológico-Discursiva (ATD) por meio da qual termos são discursos mandatários, reproduzidos em ambientes de situações de trabalho, em textos injuntivos, cujos gêneros textuais no domínio pesquisado, assemelham-se ao controle de ações, providências, modos de elaboração e execução e de interlocutores de uma comunidade de especialistas em seus postos de trabalho. Por meio dessa pesquisa, reconhecemos as principais características que subjazem à formação dessa terminologia, à interlocução textual e aos aspectos morfossintáticos e léxico-semânticos. Concluímos que essas interlocuções acontecem nos diferentes níveis da hierarquia institucional; por meio de textos escritos; são reproduzidas em diferentes instâncias dos documentos legais e por diferentes interlocutores. Os termos se concretizam via gêneros textuais num contexto sócio histórico situado; são reproduzidos como registro social e político, no qual os locutores se fazem presentes na interlocução textual de maneira não presencial, ou seja, sem que haja interações face a face o termo é resultado de uma construção entre locutor e interlocutores. E, por fim, há também a formação de rede semântica em torno de um termo base acrescentando novas denotações. Este artigo tem origem na pesquisa intitulada ‘Perfil da Terminologia dos Documentos Escolares Individuais’.
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