A RELAÇÃO DO CAPITAL COM A NATUREZA MUDOU? UMA ANÁLISE CRÍTICA DA AGENDA ESG
Resumo
A crise climática não é apenas mais uma crise que o capitalismo nos proporciona sentir, é uma realidade catastrófica, que coloca em risco a humanidade, mas que no presente, é sentida pela classe trabalhadora, especialmente pelas camadas mais vulneráveis. Para suavizar esta realidade e posicionar as organizações como sustentáveis, surgiu a agenda ESG. A ESG surge e se torna modinha nas políticas organizacionais e na ciência burguesa, que busca limpar a imagem e dar uma roupagem de responsabilidade social e ambiental. Neste sentido, a problemática que move esta discussão é se ESG seria uma forma do capital se apropriar da natureza e maximizar sua acumulação através do discurso de sustentabilidade? Sendo propositivo discutir criticamente a adoção da ESG pelo capitalismo e sua contradição com a percepção de sustentabilidade. Para balizar a discussão, o materialismo histórico-dialético é apresentado como método de análise, pois através dele é possível avançar na reflexão da questão ambiental por meio da crítica às contradições da reprodução do capital e das fontes de riqueza, nomeadamente, força de trabalho e natureza.
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