Enfermeiros no atendimento de urgência em presídios: explorando razões do chamado e local da assistência

Palavras-chave: Socorro de Urgência, Serviços Médicos de Emergência, Prisões, Enfermagem em Emergência

Resumo

Objetivo: analisar as percepções dos enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em atendimentos realizados em penitenciárias perante as razões das demandas e o local da assistência. Método: trata-se de um estudo exploratório e descritivo de abordagem qualitativa. Realizaram-se entrevistas nos meses de agosto a dezembro de 2017, individuais e audiogravadas, seguindo roteiro semiestruturado com 91 enfermeiros que atuavam no SAMU de cidades do estado da Paraíba, Brasil. Aplicou-se o referencial metodológico da Análise de Conteúdo proposta por Bardin para categorização dos dados obtidos. Resultados: das análises das falas dos participantes emergiu a presença de dificuldades como demandas não pertinentes ao serviço, local inadequado para assistência, falta de privacidade durante os atendimentos e de escolta para transporte quando necessário. Considerações finais: os problemas relatados evidenciam a necessidade do estabelecimento de estratégias para melhorar as condições da assistência potencializando a capacidade de resolutividade do serviço e para problemas que não podem ser resolvidos em uma única visita de profissionais do SAMU no ambiente prisional, que seja garantido a continuidade da assistência em outros serviços articulados a ele e para isso são necessários fortes laços intersetoriais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nahadja Tahaynara Barros Lea, Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte

Enfermeira. Mestrado em Saúde Pública, Hospital Central Coronel Pedro Germano. Natal, RN, Brasil.

Cláudia Helena Soares de Morais Freitas, Universidade Federal da Paraíba

Odontóloga. Pós-Doutorado em Saúde Internacional, Departamento de Clínica e Odontologia Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) . João Pessoa, PB, Brasil.

Gabriela Maria Cavalcanti Costa, Universidade Estadual da Paraíba

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande, Paraíba, Brasil. 

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Manual instrutivo da Rede de Atenção às Urgências e Emergências no Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília: DF; 2014.

O’Dwyer G, Konder MT, Reciputti LP, Macedo C, Lopes MGM. O processo de implantação do serviço de atendimento móvel de urgência no brasil: estratégias de ação e dimensões estruturais. Cad. Saúde Pública. 2017; 33(7):e00043716. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00043716.

Hanauer MC, Moser GAS, Souza SS, Oliveira D, Celich KLS, Paz M, Oliveira RC. Caracterização dos atendimentos realizados pelo SAMU. Revenferm UFPE online. 2018; 12(12):3476-83. DOI: https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i12a231418p3476-3483-2018.

Oliveira SS, Lima AB, Rosa DOS, Freitas GF, Ferraz MOA. Vivências da deliberação moral de enfermeiras no atendimento pré-hospitalar móvel. Rev. baiana enferm. 2021; 35: e38733. DOI: http://dx.doi.org/10.18471/rbe.v35.38733.

Rosa PH, Pereira LC, Ilha S, Zamberlan C, Machado KFC. Percepções de enfermeiros acerca da atuação profissional no contexto do atendimento pré-hospitalar móvel. Enferm. Foco. 2020; 11(6):64-71. DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2020.v11.n6.3275.

Garçon TL, Pupulim JSL. Qualidade do atendimento pré-hospitalar móvel de urgência na perspectiva dos profissionais. Cienc. Cuid. Saúde. 2017;16(4):1-8. DOI: https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v16i4.37306.

Soares AAM, Castro GMO, Almeida IEM, Monteiro LAS, Torres Lilian M. Vivências da equipe de enfermagem no cotidiano do sistema penal. Rev. baiana enferm. 2020; 34: e34815. DOI: https://doi.org/10.18471/rbe.v34.34815.

Dourado JLG; Alves RSF. Panorama da saúde do homem preso: dificuldades de acesso ao atendimento de saúde. Bol. - Acad. Paul. Psicol. 2019; 39(96):47-57. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2019000100006&lng=pt&tlng=pt.

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, LDA; 2011.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Legislação em saúde no sistema penitenciário. Brasília: MS, 2010. (Série E. Legislação de Saúde).

Amaral CS, Reck AZC, Souza DLS, NuñezARG, Blatt CR, Weis AH, et al. Situações de urgência e emergência na atenção primária reguladas pelo SAMU. Journal Health NPEPS. 2018; 3(1):241-252.DOI: http://dx.doi.org/10.30681/252610102881.

Castro GLT, Tourinho FSV, Martins MFSV, Medeiros KS, Ilha P, Santos VEP. Proposta de passos para a segurança do paciente no atendimento pré-hospitalar móvel. Texto contexto-enferm. 2018; 27(3): e3810016. DOI: https://doi.org/10.1590/0104070720180003810016.

Lima MMS, Brandão FJM, Araújo DV, Caetano JA, Barros LM. Caracterização das causas externas atendidas pelo serviço de atendimento móvel de urgência. Enferm. Foco 2020; 11(6):7-13. DOI: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2020.v11.n6.3341.

Zucatti AB, Lima MADS, Pai DD, Souza LM, Hoffmann CC. Características do atendimento prestado pelo serviço de atendimento móvel de urgência em diferentes regiões brasileiras. Rev Fun Care Online. 2021; 13:790-795. DOI: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.rpcfo.v13.8818.

Canesin DR, Lovadini VL, Sakamoto SR. As dificuldades vivenciadas pelos profissionais de enfermagem no atendimento pré-hospitalar. Revista Enfermagem Atual In Derme. 2020; 91(29):110-117. DOI: https://doi.org/10.31011/reaid-2020-v.91-n.29-art.641.

Mata KSS, Ribeiro ÍAP, Pereira PSL, Nascimento MVF, Carvalho GCN, Macedo JB, et al. Entraves no atendimento pré-hospitalar do SAMU: percepção dos enfermeiros. Rev enferm UFPE on line. 2018; 12(8):2137-45. DOI: https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i8a236537p2137-2145-2018.

Graça BC, Mariano MM, Gusmão MAJX, Cabral JF, Nascimento VF, Gleriano JS, et al. Dificuldades das mulheres privadas de liberdade no acesso aos serviços de saúde. RevBrasPromoc Saúde. 2018;31(2):1-9. DOI: https://doi.org/10.5020/18061230.2018.7374.

Santana JCB, Reis FCA. Percepção da equipe de enfermagem acerca da assistência à saúde no sistema prisional. Rev Fund Care Online. 2019;11(5):1142-1147. DOI: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2019.v11i5.1142-1147.

Barbosa ML, Menezes TN, Santos SRs, Olinda RA, Costa GMC. Qualidade de vida no trabalho dos profissionais de saúde no sistema prisional. Ciênc. saúde coletiva . 2018; 23( 4 ): 1293-1302. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.09292016.

Garcia-Romero M, Rita-Gáfaro CG, Quintero-Manzano J, Angarita AB. NEDOCS vs subjective evaluation, ¿Is the health personnel of the emergency department aware of its overcrowding? Colombia Médica: CM. 2017; 48(2):53-57. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5597093/.

Doricci GC, Guanaes-Lorenzi C. Aspectos contextuais na construção da cogestão em Unidades Básicas de Saúde. Saúde debate. 2020; 44(127): 1053-1065. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-1104202012708.

Pimentel MC, Frazão MI, Conegundes SSM. Nurse's role in health care in the prison system. GlobAcadNurs. 2021;2(Sup.3):e182. DOI: https://doi.org/10.5935/2675-5602.20200182.

Tourinho LOS, Sotero APS, Amorim, NA. Condições precárias de saúde na ala feminina do Presídio Nilton Gonçalves: uma história de abandono e sofrimento. Revista Direitos Humanos E Democracia. 2017; 5(10):352-376. DOI: https://doi.org/10.21527/2317-5389.2017.10.352-376.

Oliveira RS, Hamilko HCC, Schaefer R, Santos DVD, Albuquerque GSC, Stefanello S. Cômodo do inferno: acesso à Atenção Básica em duas delegacias de uma grande cidade brasileira. Interface (Botucatu). 2020; 24(Suppl1): e190524. DOI: https://doi.org/10.1590/interface.190524.

Silva JDN, Araújo JL, Silva RTS, Nascimento EGC. Privacidad y confidencialidad de los usuarios en un hospital general. Rev. Bioét. 2017; 25(3): 585-595. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-80422017253215.

Souza APR, Brandão GMON. Exposição corporal dificuldade enfrentada pelo cliente durante assistência realizada pela equipe de enfermagem na hospitalização. RevEnferm. UFPE. 2017;7(11):6415-21. DOI:https://doi.org/10.5205/reuol.3794-32322-1-ED.0711201314.

Publicado
2022-02-25
Como Citar
Tahaynara Barros Lea, N., Soares de Morais Freitas, C. H., & Cavalcanti Costa, G. M. (2022). Enfermeiros no atendimento de urgência em presídios: explorando razões do chamado e local da assistência. Ciência, Cuidado E Saúde, 21. https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v21i0.58939
Seção
Artigos originais