Violência física contra o sexo feminino no Espírito Santo
Resumo
Objetivo: identificar a frequência da notificação de violência física contra o sexo feminino no estado do Espírito Santo, no período de 2011 a 2018, e sua associação com as características da vítima, do agressor e da ocorrência. Método: estudo transversal, com análise dos casos de violência física contra mulheres notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação em 2011-2018. As associações foram testadas pelo teste qui-quadrado de Pearson e regressão de Poisson. Resultados: a notificação de violência física contra meninas e mulheres representou uma frequência de 54,1%. O grupo feminino de 20 a 59 anos tem cerca de 4,3 vezes mais prevalência de ser vítima de violência física quando comparado ao grupo de 0-9 anos. As mulheres pretas/pardas têm 1,06 vezes mais frequência de notificação de violência física. A maior parte das ocorrências do evento foi observado entre as sem deficiência/transtorno e residentes na zona urbana/periurbana. A violência física contra mulheres foi 1,71 vezes mais praticada por um conhecido, e com suspeita de uso de álcool (RP:1,07). Conclusão: a violência física contra o sexo feminino foi elevada e apresenta associação com determinadas características da vítima do agressor e da ocorrência, tais achados podem nortear as tomadas de decisões no enfrentamento a violência.
Downloads
Referências
Moreira ID, Pôncio TGHO, Damasceno MR. Violência doméstica: uma problemática de saúde pública. Braz. J. of Develop. 2020; Sep. 17;6(9):69192-207. Doi: https://doi.org/10.34117/bjdv6n9-387
Krug EG, Dahlberg LL, Mercy JA, Zwi AB, Lozano R, organizadores. World report on violence and health. Geneva: WHO; 2002.
Borth LC, Costa MC, Silva EB, Fontana DGR, Arboit J. Network to combat violence against rural women: articulation and communication of services. Rev. Bras. Enferm. 2018; 71(3). Doi: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0044
Santos IB, Leite FMC, Amorim MHC, Maciel PMA, Gigante DP. Violence against women in life: study among Primary Care users. Ciênc. Saúde Colet. 2020; May;25(5). Doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232020255.19752018
Moroskoski M, Brito FAM, Queiroz RO, Higarashi IH, Oliveira RR. Increase in physical violence against women perpetrated by the intimate partner: a trend analysis. Ciênc. Saúde Colet. 2021; v. 26, suppl 3, pp. 4993-5002. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-812320212611.3.02602020.
Organização Mundial de Saúde (OMS). Prevenção da violência sexual e da violência pelo parceiro íntimo contra a mulher: ação e produção de evidência. Washington: OMS; 2012. [citado em 20 dez 2022] Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665. 2/3661/Prevencao%20 da%20violencia%20sexual%20e%20parceiro%20intimo.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Bueno S, Lima RS (organizadores). Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 2019. [citado em 15 dez 2022] São Paulo. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/02/relatorio-pesquisa-2019-v6.pdf
Leite FMC, Silva ACA, Bravim LR, Tavares FL, Primo CC, Lima EFA. Victims of violence: perception, complaints and behaviors related to their health. Rev. enferm. UFPE on line. 2016. Recife, 10(Supl. 6):4854-61. Doi: https://doi.org/10.5205/1981-8963-v10i6a11265p4854-4861-2016
Silva CA, Paulino P. Violência doméstica contra a mulher: olhares da psicologia e intercessão com a dimensão espiritual/ religiosa. Cad. psicol. 2021; [citado em 12 dez 2022] v. 3, n. 6. Disponível em: http://seer.uniacademia.edu.br/index.php/cadernospsicologia/a rticle/view/3197/2197
Moura LL, Pereira CD. Violência entre Parceiros Íntimos e as Implicações para a Saúde da Mulher. Gerais, Rev. Interinst. Psicol. 2020; Jan; 13( 1 ): 1-18. Doi: http://dx.doi.org/10.36298/gerais2020130109
Brasil. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos. 2006. [citado em 19 ago 2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm.
Brasil. Lei nº 13.104, de 9 de março de 2015. Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos. 2015. [citado em 19 ago 2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm
Ministério da Saúde (Brasil). Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011. Diário Oficial da União, Brasília: Ministério da Saúde, 2011. [citado em 22 ago 2022] Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt0104_25_01_2011.html
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. [citado em 20 jul 2022]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br.
Mascarenhas MDM, Tomaz GR, Meneses GMS, Rodrigues MTP, Pereira VOM, Corassa RB. Analysis of notifications of intimate partner violence against women, Brazil, 2011-2017. Rev. Bras. Epidemiol. 2020; 23 (Suppl 01). Doi: https://doi.org/10.1590/1980-549720200007.supl.1
Siqueira VB, Leal IS, Fernandes FECV, Melo RA, Campos MEL. Violência psicológica contra mulheres usuárias da atenção primária à saúde. Rev. APS. 2018; 21(3): 437-49. Doi: https://doi.org/10.34019/1809-8363.2018.v21.16379
Goiânia. Prefeitura de Goiânia. Mulheres entre 20 e 59 anos são as maiores vítimas de violência em Goiânia. 2020. [citado em 19 set 2022] Disponível em: https://www.goiania.go.gov.br/mulheres-entre-20-a-59-anos-sao-as-maiores-vitimas-de-violencia-em-goiania/
Acosta DF, Gomes VLO, Barlem ELD. Profile of police reports related to violence against women. Acta Paul. Enferm. 2013; 26(6): 547-53. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002013000600007.
Marcondes MM, Pinheiro L, Queiroz C, Valverde DO, Querino AC. Dossiê mulheres negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil. Brasília: Ipea. 2013; 160 p.:gráfs., tabs. [citado em 20 ago 2022] Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option =com_content&view=article&id=20978
Barbosa JPM, Lima RCD, Santos GBM, Lanna SD, Andrade MAC. Intersectionality and violence against women in covid-19 pandemic times: dialogues and possibilities. Saúde Soc. 2021; v.30, n.2, e200367. Doi: https://doi.org/10.1590/S0104-12902021200367
Padilha L, Menetrier JV, Costa LD, Perondi AR, Zonta FSN, Teixeira GT. Characterization of cases of violence against women in times of pandemic by Covid-19 in a municipality in the southwest of Paraná. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR. 2022; v. 26, n. 3, p. 410-427. Doi: 10.25110/arqsaude.v26i3.8725
Epstein A, Bendavid E, Nash D, Charlebois ED, Weiser SD. Drought and intimate partner violence towards women in 19 countries in sub-Saharan Africa during 2011-2018: A population-based study. PLoS Med. 2020; 17(3):e1003064, 03. Doi: https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1003064
Coelho ACVD, Araujo GB, Azevedo MJA, Oliveira LV, Silva PTG, Henrique GA, et al. Social isolation, alcohol use and reports of physical violence in a region of Northeast Brazil, 2016-2021. Research, Society and Developmen. 2022; 11(2):e23811225797. Doi: https://doi.org/10.33448/rsd-v11i2.25797
Pinto IV, Bernal RTI, Souza MFM, Malta DC. Factors associated with death in women with intimate partner violence notification in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. 2021; 26(3):975-985. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232021263.00132021.
Pampolim G, Leite FMC. Neglect and psychological abuse of older adults in a Brazilian state: analysis of reports between 2011 and 2018. Rev. bras. geriatr. gerontol. 2020; 23 (6): e190272. Doi: https://doi.org/10.1590/1981-22562020023.190272
Cortes LF, Arboit J, Gehlen RGS, Tassinari TT, Vieira LB, Padoin SMM, et al. Protection of women in situations of violence in the context of the covid-19 pandemic. Cienc Cuid Saude. 2020; 19:e27984. Doi: 10.4025/cienccuidsaude.v19i0.54847
Copyright (c) 2023 Ciência, Cuidado e Saúde

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.