Relações familiares e adolescer em contexto emocional adverso da pandemia por covid-19
Resumo
Objetivo: elucidar significados e comportamentos de pais no suporte ao adolescer na pandemia da COVID-19. Método: estudo qualitativo apoiado no Interacionismo Simbólico e na Análise de Conteúdo na modalidade temática. Adotou-se a entrevista semiestruturada junto a 10 mulheres mães de adolescentes entre 12 e 15 anos de idade, localizados a partir da estratégia bola de neve. A coleta de dados foi desenvolvida majoritariamente no ano de 2021. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética. Resultados: As mulheres revelaram relações fragilizadas com o adolescente, com dificuldades para dialogar abertamente com eles sobre preocupações frente a comportamentos observados, sobretudo aqueles sugestivos de sofrimento psíquico ou considerados inadequados. Isto deveu-se ao entendimento de estarem eles a enfrentar mudanças sobrepostas, as da adolescência e aquelas impostas pelo isolamento social. Denunciaram escassa participação paterna no estabelecimento do cuidado do adolescente. Considerações finais: A família está compreendida enquanto núcleo de suporte ao adolescente, mas sentiu-se pouco empoderada e preparada para esta ação, aspecto que evidencia a premência de acolhimento da família por profissionais na direção de ampliar acolhimento de adolescências.
Downloads
Referências
Santos EMF, Silva JL. Habilidades para a vida na melhoria da convivência familiar de adolescentes em situação de distanciamento social devido à pandemia da COVID-19. Vínculo – Rev. NESME. 2022;19(2):191-200. Doi: https://doi.org/10.32467/issn.1982-1492v19n2a4.
Sarti CA. A família como ordem simbólica. Psicol USP. 2004;15(3):11-28. Doi: https://doi.org/10.1590/S0103-65642004000200002.
Moreira JAZ, Parra IM. Efectos del funcionamiento familiar en la adolescencia: una revisión sistemática. MQRInvestigar.2022;6(4):03-23. Doi: https://doi.org/10.56048/MQR20225.6.4.2022.03-23.
Polanczyk GV, Salum GA, Rohde LA. Crianças e adolescentes na pandemia. In: Guia de saúde mental pós-pandemia no Brasil [Internet]. 2020. p. 22-29 [citado em 24 de janeiro de 2024]; Disponível em: https://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/12/Guia-de- saude-mental-pos-pandemia-no-Brasil.pdf
Wisniewski UM. Jeito de ser adolescente: desafios e impactos na (in) compreensão dos jovens pelos adultos. J Health [Internet]. 2019;21(1) [citado em 24 de janeiro de 2024]; Disponível em:
http://www.cescage.com.br/revistas/index.php/JournalofHealth/issue/view/56/showToc.
Oliveira WA, Silva JL, Andrade ALM, Micehli DD, Carlos DM, Silva MAI. Adolescents’ health in times of COVID-19: a scoping review. Cad Saúde Pública. 2020;36(8):e00150020. Doi: https://doi.org/10.1590/0102-311x00150020
Charon JM. Symbolic interactionism: an introduction, an interpretation, an integration. 10th ed. Englewood Cliffs: Prentice-Hall; 2010. 240 p.
Vinuto J. A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: um debate em aberto. Temáticas. 2014;22(4):203-220. Doi: https://doi.org/10.20396/tematicas.v22i44.10977
Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2016.
Benites MR, Santos FSB, Antonini VP, Lopes GB, Santos MLM, Barbosa RMB, et al. Orientação a práticas parentais: descrição de um programa de intervenção individual breve. Psicol., ciênc. prof. 2021;41(Spe3):e192813. Doi: https://doi.org/10.1590/1982- 3703003192813
Oliveira MA, Cruz MA, Estrela FM, Silva AF, Magalhães JR, Gomes NP, et al. Paternal role in family relationships: an integrative review. Acta Paul. Enferm. 2022; 35:eAPE0306345. Doi: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AO0306345
Rivera MFA, Scarcelli IR. Contribuições feministas e questões de gênero nas práticas de saúde da atenção básica do SUS. Saúde debate. 2021;45(spe1):39-50. Doi: https://doi.org/10.1590/0103-11042021E103
Simões EV, Oliveira AMN, Pinho LB, Oliveira SM, Lourenção LG, Farias FLR. Relationships of adolescents with suicidal behavior with social support networks. Rev. Gaúch. Enferm. 2022;43:e20210033. Doi: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2022.20210033
Johnsen IO, Litland AS, Hallström IK. Living in two worlds – children’s experiences after their parents' divorce – a qualitative study. J. Pediatr. Nurs. 2018;43:e44-e51. Doi: https://doi.org/10.1016/j.pedn.2018.09.003
Maristany M, Preve P, Cros B, Revilla R. Efeitos do confinamento em adolescentes na pandemia da COVID-19 na cidade de Buenos Aires, Argentina. Psico. 2021;52(3):e41309. Doi: https://doi.org/10.15448/1980-8623.2021.3.41309
Gadagnoto TC, Mendes LMC, Monteiro JC dos S, Gomes-Sponholz FA, Barbosa NG. Emotional consequences of the COVID-19 pandemic in adolescents: challenges to public health. Rev. Esc. Enferm. USP. 2022;56:e20210424. Doi: https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2021-0424
Santos KAM, Miura PO, Barboza AMM, Araújo CGSL. What are the meanings of families in a pandemic situation for adolescents? Ciênc. Saúde Colet. 2022;27(1):193-203. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232022271.08222021
Zhuo R, Yu Y, Shi X. Family resilience and adolescent mental health during COVID-19: a moderated mediation model. Int J Environ Res Public Health. 2022; 15;19(8):4801. Doi: https://doi.org/10.3390/ijerph19084801
Jones EAK, Mitra AK, Bhuiyan AR. Impact of COVID-19 on Mental Health in Adolescents: A Systematic Review. Int. J. Environ. Res. Public Health. 2021;18(5):2470. Doi: https://doi.org/10.3390/ijerph18052470
Pinheiro-Carozzo NP, Silva IM, Murta SG, Gato J. Intervenções familiares para prevenir comportamentos de risco na adolescência: possibilidades a partir da Teoria Familiar Sistêmica. Pensando Fam. 2020;24(1):207-223. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 494X2020000100015&lng=pt&nrm=iso
Villanueva ARE, Mamini RPP, Condori CRC, Saico CRY. Habilidades Sociales en adolescentes y Funcionalidad Familiar. Comuni@cción. 2020;11(1):16-27. Doi: https://doi.org/10.33595/2226-1478.11.1.392
Willems YE, Laceulle OM, Bartels M, Finkenauer C. Investigating the association between family connectedness and self-control in adolescence in a genetically sensitive design. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2020;29(12):1683-1692. Doi: https://doi.org/10.1007/s00787- 020-01485-9
Favotto L, Michaelson V, Pickett W, Davison C. The role of family and computer- mediated communication in adolescent loneliness. PLOS ONE. 2019;14(6):e0214617. Doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0214617
Pereira DR, Clementino MTR, Silveira EAA, Moura WM. The signification of the use of screens among adolescentes: cause and consequences. Cienc Cuid Saude. 2022;21: e58427. Doi: https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v21i0.58427
Faltýnková A, Blinka L, Ševčíková A, Husarova D. The Associations between Family- Related Factors and Excessive Internet Use in Adolescents. J. Environ. Res. Public Health. 2020;17(5):1754. Doi: https://doi.org/10.3390/ijerph17051754
Santos C. Covid-19 e saúde mental dos adolescentes: vulnerabilidades associadas ao uso de internet e mídias sociais. Holos. 2021;37(3):e11651. Disponível em: https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/11651
Schwartz FT, Pacheco JTB. Mediação Parental na Exposição às Redes Sociais e a Internet de Crianças e Adolescentes. Est Pesqui Psicol. 2021;21(1):217-35. Doi: https://doi.org/10.12957/epp.2021.59383
Copyright (c) 2024 Ciência, Cuidado e Saúde

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.