Condições potencialmente ameaçadoras à vida no ciclo gravídico-puerperal

  • Lise Maria Carvalho Mendes Universidade Federal do Amapá/ Universidade de São Paulo http://orcid.org/0000-0001-9325-8382
  • Lara Leite de Oliveira
  • Jordania Vieira Silva
  • Angelica Paixão Meneses
  • Manuela Siraiama Marques Duarte
Palavras-chave: Mortalidade materna., Complicações na Gravidez, Enfermagem obstétrica, Morbidade Materna Grave, Maternal mortality, Pregnancy Complications, Obstetric Nurse, Morbity Maternal, Mortalidad Materna, Salud Materna, Complicaciones del embafrazo, enfermería obstétrica

Resumo

Objetivo: Descrever as principais condições potencialmente ameaçadoras à vida de mulheres durante o ciclo gravídico e puerperal e variáveis relacionadas a esses agravos. Método: Estudo do tipo documental, descritivo e quantitativo, realizado com prontuários de gestantes, parturientes e puérperas internadas em hospital de média complexidade, que apresentaram Condições Potencialmente Ameaçadoras à Vida (CPAV). Foram excluídos os de acesso impossibilitado por estarem sob judice. A amostra foi temporal e a análise univariada. Resultados: Inclui-se 181 prontuários. A maioria das condições ocorreu em mulheres de 16 a 34 anos de idade (61,3%), união estável (60,8%), pardas (31,5%), sem renda ocupacional (29,2%), multíparas (28,87%), com complicações no primeiro trimestre gestacional (32,6%). Verificaram-se a realização de um número insuficiente de consultas (13,8%), dados referentes ao pré-natal ignorados (68%). As principais CPAV foram as síndromes hemorrágicas (28,2%), hipertensivas (25,4%) e infecção (13,3%). Como desfecho, foram observados prevalência de aborto não especificado (22,1%), morte perinatal por doença infecciosa e parasitária da mãe (2,2%). Conclusão: As principais CPAV foram as síndromes hemorrágicas, hipertensivas e infecções. Como desfecho, foram observados alta hospitalar, aborto, referenciamento à UTI, morte perinatal e morte materna.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lise Maria Carvalho Mendes, Universidade Federal do Amapá/ Universidade de São Paulo

Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Amapá. Macapá(Unifap), AP, Brasil. 

Lara Leite de Oliveira

Enfermeira. Doutora em Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE. Brasil. 

Jordania Vieira Silva

Graduanda em Enfermagem. Unifap. Macapá, AP. Brasil.

Angelica Paixão Meneses

Enfermeira. Mestre, Faculdade Uninta Fotaleza. Fortaleza, CE, Brasil. 

Manuela Siraiama Marques Duarte

Terapeuta ocupacional. Mestre, Hospital da mulher Mãe Luzia. Macapá, AP, Brasil. 

Referências

Pacagnella RC, Nakamura-Pereira Ma, Gomes-Sponholz F, Aguiar RALP de, Guerra GVQL, Diniz CSG et al. Maternal Mortality in Brazil: Proposals and Strategies for its Reduction. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2018; 40(9):501-506. Doi: http://doi.org/10.1055/s-0038-1672181.

United Nations. Sustainable Development Goals. New York; 2017. Disponível em: http://sustainabledevelopment.un.org/sdg3

Ministério da Saúde. Mortalidade Materna no Brasil. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília; 2020. Disponível em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/May/20/Boletim-epidemiologico-SVS-20-aa

Silva JMP, Fonseca SC, Dias MAB, Izzo AS, Teixeira GP, Belfort PP. Conceitos, prevalência e características da morbidade materna grave, near miss, no Brasil: revisão sistemática. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 2018; 18(1): 7-35. Doi: http://doi.org/10.1590/1806-93042018000100002.

Pattinson R, Say L, Souza JP, Broek N, Rooney C. WHO Working Group on Maternal Mortality and Morbidity Classi-fications. WHO maternal death and near-miss classifications. Bull World Health Organ. 2009;87(10):734. Doi: http://doi.org/10.2471/BLT.09.071001.

Witteveen T, Bezstarosti H, Koning L. Nelissen E, Bloemenkamp KW, Van Roosmalen J et al. Validating the WHO maternal near miss tool: comparing hight and low resource settings. BMC Pregnancy and Childbirth. 2020; 17(1). Doi: http://doi.org/10.1186/s12884-017-1370-0

Valoni GR, Ribeiro RS, Pelloso SM, Antunes MB. Association of sociodemographic and pathological factors with perinatal outcomes of pregnant women in southern Brazil. Scientia Plena. 2020;16(6): 1-9. Doi: 10.14808/sci.plena.2020.066001

Antunes MB, Gravena AAF, Luz GS, Rissardo LK, Bolsoni LLM, Charlo PB, et al. Socio-demographic factors and risk conditions in pregnant women from a specialized outpatient clinic in southern Brazil. Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2020; 38:e1985. Doi: 10.25248/reas.e1985.2020

Loureiro CM, Cataño CR, Torricelli L, Monteiro JCS, Gomes-Sponholz FA. Sociodemographic and obstetric aspects of severe maternal morbidity. Cienc. enferm.. 2017;23(2):21-32. Doi: http://dx.doi.org/10.4067/S0717-95532017000200021.

Fernandes KG, Souza RT, Leal MC, Moura EC, Santos LM, Cecatti JG. Ethnic differences in maternal near miss. Arch Gynecol Obstet. 2017;29(6): 1063-1070. Doi: http://doi.org/10.1007/s00404-017-4530-6

Silva AC, Mendes LMC, Monteiro RS, Silva RA, Pinheiro AKB. Birth and childbirth on the French-Brazilian border: nurses’ perceptions. Cogitare enferm. 2020; 25. Doi: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.67820

Franchi JVO, Pelloso SM, Ferrari RAP, Cardelli AAM. Access to care during labor and delivery and safety to maternal health. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2020; 28: e3292. Doi: http://doi.org/10.1590/1518-8345.3470.3292

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.459, de 24 de junho de 2011 [online]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html.

Tomasi E, Fernandes PAA, Fischer T, Siqueira FCV, Silveira DS, Thumé E et al. Qualidade da atenção pré-natal na rede básica de saúde do Brasil: indicadores e desigualdades sociais. Cad. Saúde Pública. 2017; 33(3). Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X001958ce15

Orlandi, M. H. F. Comitês de prevenção da mortalidade materna e infantil no Paraná: estratégia de sucesso na vigilância da saúde de mulheres e crianças. Ciência, Cuidado E Saúde. 2008; 7(1). Doi: https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v7i1.11379

Martins ACS, Silva LS. Epidemiological profile of maternal mortality. Rev Bras Enferm. 2018;71(1):677-83. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0624

Mascarello KC, Horta BL, Silveira MF. Maternal complications and cesarean section without indication: systematic review and meta-analysis. Revista de Saúde Pública. 2017;51(105):1-12. Doi: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000389.

Silva EC, Silva NCDL, Silva AEG, Campos RLO, Santana MR, Café LA et al. Nurse's performance in preventing hypertensive syndromes in pregnancy within the basis of basic care. Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2021; 13(2):e1985. Doi: https://doi.org/10.25248/REAS.e6448.2021.

Sbardelotto T, Pitilin ÉB, Schirmer J, Lentsck MH, Silva DTR, Tombini LHT. Características definidoras e fatores associados à ocorrência das síndromes hipertensivas gestacionais. Cogitare Enferm. 2018;23(2): e53699. Doi: https://doi.org/10.5380/ce.v23i2.53699

Teixeira LNA, Silveira AEL, Portela LP, Negreiros FS, Costa Júnior VA, Santos GGO et al. Prevention and management of postpartum hemorrhage: a review of the literature. Brazilian Journal of Health Review. 2021;4(3):10420-10431. Doi: https://doi.org/10.34119/bjhrv4n3-066

Souza JP, Gulmezoglu A, Lumbiganon P, Laopaiboon M, Carroli G, Fawole B et al. Caesarean section without medical indications is associated with an increased risk of adverse short-term maternal outcomes: the 2004-2008 WHO Global Survey on Maternal and Perinatal Health. BMC Med. 2010;8(71). Doi: http://doi.org/10.1186/1741-7015-8-71

Goldenberg RL, McClure EM. Maternal, fetal and neonatal mortality: lessons learned from historical changes in high income countries and their potential application to low-income countries. Matern Health Neonatol Perinatol. 2015;1(3). Doi: http://doi.org/10.1186 / s40748-014-0004-z

Draper E, Kurinczuk J, Kenyon S, et al. Term, singleton, intrapartum stillbirth and intrapartum-related neonatal death. Leicester; 2017. Disponível em: http://www.npeu.ox.ac.uk

Franchi JVO, Pelloso SM, Ferrari RAP, Cardelli AAM. A estrutura de maternidades como indicador de segurança materna. Cienc Cuid Saude. 2019;18(4) e45049. DOI: 10.4025/cienccuidsaude.v18i4.45049

Tintori JA, Mendes LMC ; Monteiro JCS, Gomes-sponholz F . Epidemiologia da morte materna e o desafio da qualificação da assistência. Acta Paulista de Enfermagem, v. 35, p. 01-10, 2022. DOI: 10.37689/acta-ape/2022AO00251

Publicado
2022-06-09
Como Citar
Mendes, L. M. C., Leite de Oliveira, L., Vieira Silva, J., Paixão Meneses, A., & Siraiama Marques Duarte, M. (2022). Condições potencialmente ameaçadoras à vida no ciclo gravídico-puerperal. Ciência, Cuidado E Saúde, 21. https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v21i0.57258
Seção
Artigos originais