Prevalência do uso de órteses de membros inferiores por pessoas com lesão medular pós-reabilitação

Palavras-chave: Traumatismos da Medula Espinal, Reabilitação, Enfermagem em Reabilitação, Aparelhos Ortopédicos, Atividades cotidianas

Resumo

Objetivo: descrever a prevalência do uso de órteses de membros inferiores no quotidiano domiciliar de pessoas com lesão medular pós-programa de reabilitação física. Método: estudo quantitativo, transversal e descritivo, desenvolvido com 121 indivíduos com lesão medular em um centro de reabilitação no sul do Brasil, entre outubro de 2019 e janeiro de 2020. Os dados foram coletados por meio de entrevistas guiadas por um roteiro semiestruturado. Foram analisados no IBM SPSS Statistics 22, com teste de Kolmogorov-Smirnov para normalidade, e os testes Qui-quadrado de Pearson e Mann-Whitney U para análise estatística. Resultados: dos 121 indivíduos com lesão medular, 60,3% (n=73) receberam órteses de membros inferiores. Destas, 65,7% (n=48) mantiveram o uso de órteses por três dias por semana no quotidiano domiciliar e 34,2% (n=25) deixaram de usar as órteses depois do programa de reabilitação. Conclusão: a baixa prevalência do uso de órteses de membros inferiores no domicílio, pós-programa de reabilitação, pode comprometer a saúde e a qualidade do indivíduo com lesão medular, acarretando desperdício de gastos públicos. Deste modo, infere-se que o monitoramento destes indivíduos e a sensibilização para os benefícios do uso das mesmas, pode contribuir para a adesão ao uso dessa tecnologia assistiva no quotidiano domiciliar pós-programa de reabilitação.

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Biografia do Autor

Adriana Dutra Tholl, Universidade Federal de Santa Catarina

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora da graduação e pós-graduação em Enfermagem na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Gabriel Vanderson Mattos, Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú

Enfermeiro no Lar da Criança e do Adolescente. Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú, Santa Catarina, Brasil.

Janaina Medeiros de Souza, Universidade Federal de Santa Catarina

Fisioterapeuta. Doutora em Enfermagem (Filosofia e Cuidado em Saúde e Enfermagem). Professora do Departamento de Enfermagem da UFSC. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Scheyla Paula Bollmann Oleskovicz Nogueira, Centro Catarinense de Reabilitação

Fisioterapeuta. Mestre em Neurociências. Fisioterapeuta no Centro Catarinense de Reabilitação.  Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Wiliam Cesar Machado, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Enfermeiro. Doutor em Ciências da Enfermagem, Professor da graduação e pós-graduação em Enfermagem na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Juarez de Souza Pereira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fisioterapeuta. Mestre em Saúde e Tecnologia no Espaço Hospitalar. UFRJ. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Jonas Felisbino, Prefeitura Municipal de Florianópolis

Enfermeiro. Mestre em Gestão do Cuidado em Enfermagem. Enfermeiro na Prefeitura Municipal de Florianópolis, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

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Publicado
2025-04-30
Como Citar
Dutra Tholl, A., Vanderson Mattos, G., Medeiros de Souza, J., Bollmann Oleskovicz Nogueira, S. P., Machado, W. C., de Souza Pereira, J., & Felisbino, J. (2025). Prevalência do uso de órteses de membros inferiores por pessoas com lesão medular pós-reabilitação. Ciência, Cuidado E Saúde, 24(1). https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v24i1.74549
Seção
Artigos originais