Poéticas do Mangue – o tom e o traço: um diálogo entre Brancura e Lasar Segall
Resumo
Este artigo propõe uma interlocução entre dois sambas de Sylvio Fernandes Lima, conhecido como Brancura, do Estácio de Sá, e duas gravuras do artista plástico Lasar Segall, tomando como referência espacial a famosa Zona do Mangue, no Rio de Janeiro da década de 1920. Os artefatos artístico-culturais são analisados a partir da noção de colonialidade do poder e de resistência ao poder por meio da arte exemplificada pelos sambas de Brancura e pelas gravuras de Lasar Segall. O conceito de decolonialidade, conforme apresenta Anibal Quijano (2005), servirá de referência teórica em articulação com as noções de branquitude, resistência e malandragem.
Downloads
Referências
ARQUIVO NACIONAL. Pretoria Criminal do Rio de Janeiro 5 (Freguesia do Espírito Santo e Engenho Velho) - Processo Criminal (PCR). In: Processo Criminal - Vadiagem de Sylvio Fernandes (Brancura). Rio de Janeiro: BR RJ ANRIO.70.0.PCR.6844, f.23, 1927.
ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Editora Pólen, 2019.
ANDRADE, Mário de. O movimento modernista. In:__. Aspectos da literatura brasileira. São Paulo: Instituto Nacional do Livro, 1972.
ANDRADE, Mário de. Do catálogo da exposição promovida pelo Ministério da Educação. Revista Acadêmica. Rio de Janeiro, n. 64, ano X, p. 9-14, maio 1943.
ANDRADE, Mário de. Do desenho. In: SEGALL, Lasar. Mangue. Textos de Jorge de Lima, Mário de Andrade e Manuel Bandeira. Rio de Janeiro: R.A. Editora, p. 1-6, 1943.
BARCELLOS, Alcebíades (Bide); LACERDA, Benedito. In: FARIA, Leonel. Disco 131384. Nasci no Samba. Rio de Janeiro: Parlophon, 1932. Disco de Vinil.
CABRAL, Sérgio. As Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Lumiar, 1996.
CAULFIELD, Sueann. O nascimento do Mangue: raça, nação e o controle da prostituição no Rio de Janeiro, 1850-1942. Revista Tempo. Niterói, n. 9, p. 43-63, 2000.
CUNHA, Maria Clementina. Não tá sopa: sambas e sambistas do Rio de
Janeiro de 1890 a 1930. Campinas: Editora da Unicamp, 2015.
DIDIER, Carlos. Negra semente, fina flor da malandragem: samba batucado no Estácio de Sá. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2022.
FERNANDES, Sylvio (Brancura); DA MANGUEIRA, Maciste. In: ALVES, Francisco; REIS, Mário. Disco número 10715. Deixa essa mulher chorar. Rio de Janeiro: Odeon, 1930. Disco de Vinil.
FERNANDES, Sylvio (Brancura); BASTOS, Nilton; In: ALVES, Francisco. Disco número 10235. Samba de Verdade. Rio de Janeiro: Odeon, 1928. Disco de Vinil.
FERREIRA, Luciana. Entre Oswald e Oficina: as cinco faces do Mangue.
Palimpsesto. Rio de Janeiro, v. 20, n. 36, p. 140-157, 2021.
FRANCESCHI, Humberto M. Samba de sambar do Estácio de 1928 a 1931. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2010.
GARDEL, André. O encontro entre Bandeira e Sinhô. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Divisão de de Editoração, 1996.
LOPES, Nei. Partido alto: samba de bamba. Rio de Janeiro: Pallas, 2008.
MÁXIMO, João; DIDIER, Carlos. Noel Rosa: uma biografia. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1992.
MIGNOLO, Walter D. Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2020.
NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio negro no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2016.
FILHO, Arthur de Oliveira. Pioneiros do Samba – Série Depoimentos por Arthur de Oliveira Filho. Rio de Janeiro: Mis Faperj, 2002.
RANGEL, Lúcio. Sambistas e Chorões. São Paulo: IMS, 2014.
SANTOS, Milton. O retorno do território. OSAL: Observatório Social da América Latina. Buenos Aires: CLACSO, p. 255-261, 2005
SEGALL, Lasar. Mangue. Textos de Jorge de Lima, Mário de Andrade e Manuel Bandeira. Rio de Janeiro: R.A. Editora, 1943.
SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.
SOUZA, Tárik de. O Som do Pasquim. Rio de Janeiro: Agir, 1976.
PAEZZO, Sylvan. Memórias de Madame Satã. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro,
Lidador, 1972.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: ___. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, p. 117-142, 2005.
Copyright (c) 2023 Diálogos

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista DIÁLOGOS, editada pela Universidade Estadual de Maringá, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais co-autores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à Universidade Estadual de Maringá e declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (N. 9609, de 19/02/98).
STATEMENT OF ORIGINALITY AND COPYRIGHT CESSION
I declare that the present article is original, has not been submitted for publishing on any other national or international journal, neither partly nor fully. I further declare that, once published on DIÁLOGOS journal, edited by the State University of Maringá, it will never be submitted by me or by any of the other co-authors to another journal. By means of this instrument, on my behalf and on behalf of the other co-authors, if any, I waive the copyright of said article to the State University of Maringá and declare that I am aware that non-compliance with this commitment will subject the violator to sanctions and penalties set forth in the Copyright Protection Law (No 9609, of 19/02/98).