Poéticas do Mangue – o tom e o traço: um diálogo entre Brancura e Lasar Segall

Abstract

Este artigo propõe uma interlocução entre dois sambas de Sylvio Fernandes Lima, conhecido como Brancura, do Estácio de Sá, e duas gravuras do artista plástico Lasar Segall, tomando como referência espacial a famosa Zona do Mangue, no Rio de Janeiro da década de 1920. Os artefatos artístico-culturais são analisados a partir da noção de colonialidade do poder e de resistência ao poder por meio da arte exemplificada pelos sambas de Brancura e pelas gravuras de Lasar Segall. O conceito de decolonialidade, conforme apresenta Anibal Quijano (2005), servirá de referência teórica em articulação com as noções de branquitude, resistência e malandragem.

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Biografia autore

Gladir da Silva Gabral, Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Criciúma-SC, BR

Possui graduação em Letras pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (1991), mestrado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina (1996) e doutorado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000). Atualmente é professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense, no curso de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Inglesa e Norte-Americana, mas atua também na área de Teoria Literária e no Mestrado em Educação. Desenvolve pesquisa principalmente nos seguintes temas: educação e identidade cultural, literatura, linguagem e escrita de si. Já foi presidente do Conselho Editorial da Unesc (2000-2010). Está ligado ao Imaginative Education Research Group (IERG), com sede em Vancouver, no Canadá, e ligações com pesquisadores de vários países. Participa também do Littera: Correlações entre Cultura, Processamento e Ensino: a Linguagem em Foco, grupo de pesquisa inscrito no Diretório de Grupos do CNPq. Parecerista da revista International Journal of Education Through Art, uma revista interdisciplinar publicada em Bristol (UK) focada na intersecção entre educação e arte. É membro do Comitê Gestor do Pacto Nacional Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos, da Unesc.

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Pubblicato
2023-09-19
Come citare
Garcia Nunes, L., & da Silva Gabral, G. (2023). Poéticas do Mangue – o tom e o traço: um diálogo entre Brancura e Lasar Segall. Dialogos, 27(2), 1-21. https://doi.org/10.4025/dialogos.v27i2.68938