O mito trágico como paradigma ético e experiência estética do vir-a-ser

Résumé

O escopo deste artigo consiste em averiguar em que medida o estilo trágico, enquanto o resultado da fusão entre o estilo apolíneo e o estilo dionisíaco, pode ser entendido como um princípio ao mesmo tempo estético e ético no pensamento do jovem Nietzsche. Com isso, pretende-se verificar se o surgimento deste novo estilo, configurado no mito trágico dos gregos, implica a possibilidade de se pensar um ethos que não esteja no registro da compreensão racional do ser, mas na experiência estética do vir-a-ser.

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Références

ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Souza. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003.
GENTILE, C. “Os gregos aprenderam aos poucos a organizar o caos: os conceitos de estilo e cultura na Segunda consideração extemporânea de F. Nietzsche”. Cadernos Nietzsche. São Paulo, n.º 27, p. 51-71, 2010.
GOETHE, J.W.; SCHILLER, F. Correspondência. Trad. Claudia Cavalcanti. São Paulo: Editora Hedra, 2011.
KANT, I. Crítica da Faculdade do Juízo. Trad. Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
MACHADO, R. Nietzsche e o renascimento do trágico. Kriterium, Belo Horizonte, nº 112, p. 174 – 182, Dez/2005.
MECA, D.S. A evolución Del pensamiento de Nietzsche em sus escritos de juventud.In: NIETZSCHE, F. Obras completas. Volume I: escritos de juventud. Trad. Joan B. LLinares, Diego Sánchez Meca y Luis E. de Santiago Guervós. Madrid: Editorial Tecnos, 2016.
NABAIS, Nuno. A metafísica do trágico: estudos sobre Nietzsche. Lisboa: Relógio D’água, 1997.
NASSER, N. A doutrina do ethos na música. Boletim do CPA, Campinas, n.º4, p. 241-254, jul./dez. 1997
NIETZSCHE, F. W. Sämtliche Werke. Kritische Studienausgabe. Hg. G. Colli e M. Montinari. Berlin: Walter de Gruyter, 1980, 15v.
______. La visión dionisíaca del mundo. In: NIETZSCHE, F. Obras completas. Volumen I: escritos de juventud. Trad. Joan B. Llinares, Diego Sánches Meca y Luis E. De Santiago Guervós. Madri: Editorial Tecnos, 2016.
______. Fragmentos Póstumos (1869-1874): Volumen I. Trad. Luis E. De Santiago Guervós. Madri: Tecnos, 2010.
______. O Nascimento da Tragédia. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das letras, 1992.
PIMENTA, Olímpio. Sobreo Nascimento da Tragédia. In: ALVES Jr., D.G.(Org.). Os destinos do trágico: arte, vida, pensamento. Belo Horizonte: Autêntica/FUMEC, 2007.
PLATÃO. A República.Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.
SOUZA, E. Introdução. In: ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Souza. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003.
SCHOPENHAUER, A. O Mundo como Vontade e Representação. Trad. Jair Barbosa. São Paulo: Editora Unesp, 2005.
SPINELLI, M. Sobre as diferenças entre éthos com épsilon e êthos com eta. Trans/Form/Ação. São Paulo, 32(2), p. 9-44, 2009.
VAZ, H. C. de Lima. Escritos de Filosofia IV: Introdução à ética filosófica 1. São Paulo: Ed. Loyola, 1999.
WERLE, M. A relação entre a estética de Hegel e a poesia de Goethe. Discurso. São Paulo, n. 32, p. 161 – 92, 2001.
WINCKELMANN, J.J. Reflexões sobre arte antiga. Trad. Herbert Caro e Leonardo Tochtrop. Porto Alegre: Movimento, 1975.
Publiée
2023-03-14
Comment citer
Gonçalves, A. (2023). O mito trágico como paradigma ético e experiência estética do vir-a-ser. Dialogos, 26(3), 98-114. https://doi.org/10.4025/dialogos.v26i3.61724