A metodologia antropofágica de Guimarães Rosa

Résumé

Entendimento do método criativo de Guimarães Rosa a partir da definição de metodologia antropofágica em Oswald de Andrade. Após a análise de trabalhos anteriores acerca da antropofagia em Guimarães Rosa, relacionamos, criticamos e apontamos aspectos pouco considerados pela crítica, e presentes em sua biografia e criação literária. Nossa conclusão é a de que a teoria antropofágica foi pensada e praticada por Guimarães Rosa como método de trabalho artístico.

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Bibliographies de l'auteur

Míriam Cristina Carlos Silva, Universidade de Sorocaba (Uniso). Sorocaba-SP, BR

Possui doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004). Realizou Pós doutorado em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2012). É professora titular do Mestrado em Comunicação e Cultura da Universidade de Sorocaba, na linha de pesquisa Análise de Processos e Produtos Midiáticos e lidera o Grupo de Pesquisa em Narrativas Midiáticas - NAMI - da Universidade de Sorocaba.

Gustavo de Castro da Silva, Universidade de Brasília (UnB). Brasília-DF, BR

Bolsista de Produtividade de Pesquisa (PQ2-CNPq). Poeta, escritor, jornalista e antropólogo. Prêmio Rumos Itaú Cultural de Literatura (2013-14). Professor de Estética da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Coordenador do Grupo Siruiz - Estudos em Comunicação e Imaginação Literária [http://siruiz.com.br/]. Autor, entre outros, de O Enigma Orides (Hedra, 2015). Pós-doutorado (2019-2020) no Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT), da Universidade Nova de Lisboa (UNL), com bolsa UnB/FAP-DF; Estágio Sênior (2015) em Estudos Ibéricos e Latino-americanos pela Université Sorbonne - Paris IV, com bolsa Capes e Pós-doutorado (2011) em Teoria Literária pela Universidade de Brasília (UnB).

ID https://orcid.org/0000-0001-7126-6947

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Publiée
2023-09-19
Comment citer
Silva, M. C. C., & de Castro da Silva, G. (2023). A metodologia antropofágica de Guimarães Rosa. Dialogos, 27(2), 101-122. https://doi.org/10.4025/dialogos.v27i2.64194