BRASIL E MÉXICO NAS CADEIAS GLOBAIS DE VALOR: ANÁLISE COMPARATIVA BASEADA NA INTENSIDADE TECNOLÓGICA DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Resumo
Este estudo tem como objetivo traçar um comparativo da integração brasileira e mexicana nas Cadeias Globais de Valor (CGVs), conforme a intensidade tecnológica da produção industrial (1990-2013). A análise é feita com base nos recentes índices disponibilizados pela OCDE/OMC, que se referem a participação dos países nas CGVs. Estes indicadores sugerem que o grupo industrial de média-alta intensidade tecnológica foi o mais integrado nas CGVs, tanto para o Brasil como para o México. Entretanto, observa-se que os setores industriais mexicanos, em regra, são mais integrados que os brasileiros. Ao analisar o balanço de pagamentos tecnológico (BPT) desses setores, verificou-se que, para o Brasil, quanto maior a intensidade tecnológica, maior o déficit comercial, enquanto que para o México quanto maior intensidade tecnológica, menor o déficit, sinalizando que os setores industriais mexicanos de maior intensidade tecnológica apresentam maiores potenciais de inserção nas CGVs comparativamente aos brasileiros. Portanto, o BPT e sua relação dinâmica com as CGVs explica grandemente o diferencial de inserção das duas economias na produção global.
Downloads
Referências
ARMANDO, E; FISCHMANN, A; A; E CUNHA, N. C. V. Alianças Estratégicas e Cadeias Produtivas Globais em Confeccionados Têxteis: Um Estudo de Múltiplos Casos. Gestão & Regionalidade, v.26, n.77, p., 99-114, 2010
BLYDE, J. The Participation of Mexico in Global Supply Chains: The Challenge of Adding mexican value. Inter-american development bank, integration and trade sector, technical note, n. IDB-TN-596, p.1-13, 2013.
BM/OCDE/OMC. Global values chains: challenges, opportunities, and implications for policy. Sydney, Australia, jul/2014.
BRANDT, W.K.; HULBERT, J. M. Empresa Multinacional no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
CAVES, R. E. International Corporations: The Industrial Economics of Foreign Investment. Economic, New Series, v. 38, n. 149, p. 1-27, 1971.
FIANI, Ronaldo. Teoria dos custos de transação. IN: KUPFER, David. HASENCLEVER, David (org.). Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil. São Paulo: Campus, 2002.
FRANCO, G. H. B. A inserção externa e o desenvolvimento. Revista de Economia Política, v. 18, n. 3, p. 121-147, jul./set. 1998.
GEREFFI, G. International trade and industrial upgrading in the apparel commodity chain. Journal of International Economics, n. 48, p. 37 –70, 1999.
GEREFFI, G.; HUMPHREY, J.; STURGEON, T. The governance of global value chains. Review of International Political Economy, v.12, n.1, p. 78–104, 2005.
HENNART, J-F. Transaction cost theory and the multinational enterprise, 2000. In: PITELIS, C.N.; SUGDEN, R. In: The nature of transnational Firm. London and New York. 2 ed., 2000.
HIRSCH, P. M. Processing Fads and Fashions: An Organization-Set Analysis of Cultural Industry Systems. American Journal of Sociology, v. 77, n. 4, p. 639-659, Jan/1972.
HUMMELS, D.; ISHII, J.; YI, KEI-MU. The nature and growth of vertical specialization in world trade. Journal of International Economics, v. 54, n. 1, p. 75-96, 2001.
HUMPHREY, J.; SCHMITZ, H. Governance in Global Value Chains. Institute of Development Studies, 16p.; 2001.
KOJIMA, K. A macroeconomic approach to foreign direct investment. Hitotsubashi Journal of Economics, p.1-21. Jun.1973.
LIESCH, P.W; KNIGHT, G. A. Information Internalization and Hurdle Rates in Small and Medium Enterprise Internationalization. Journal of International Business Studies, v. 30, n. 2, p. 383-394, 1999.
OCDE/OMC. Dados sobre os índices de participação nas CGVs, 2013. Disponível em:
OCDE/OMC/UNCTAD. Implications of Global Value Chains for Trade, Investment, Development and Jobs. Saint Petersburg (Russia Federation), 2013.
PORTER, E. M. Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
REIS, C.F; ALMEIDA, J.S.G.A inserção do Brasil nas cadeias globais de valor comparativamente aos BRIICS.Texto para Discussão. IE/UNICAMP, Campinas, n.233, 26p.; maio/2014.
SIMONSEN, M. H. O Brasil e as Multinacionais. In: Carvalho, G. Multinacionais: os limites da soberania. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1982.
SCHMITZ, H. Local upgrading in global chains: recentfindings. Paper to be presented at the DRUID Summer Conference 2004 on Industrial Dynamics, Innovation and Development. Elsinore, Denmark, p. 04-16, Jun/2004.
STURGEON, T.; GEREFFI, G.; GUINN, A.; e ZYLBERBERG, E. O Brasil nas cadeias globais de valor: implicações para a política industrial e de comércio. RBCE, n.115, p.26-41, 2013.
UNCTAD: Global Value Chains and Development. Investment and value-added trade in the global economy. UnitedNations, 2013.
UNCTAD (2013) Stat. Dados sobre o influxo do investimento externo direto. Disponível em:
WILLIAMSON, O.E. The Economic Institutions of Capitalism. New York: The Free Press. 1985.
Copyright (c) 2022 A Economia em Revista - AERE

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.