Ações preferenciais brasileiras: passivos financeiros ou instrumentos patrimoniais?

  • Diana Lucia de Almeida Doutoranda em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP
  • Patricia de Souza Costa Universidade Federal de Uberlândia/Faculdade de Ciências Contábeis
  • Eliseu Martins FEA-RP/USP

Resumen

As ações preferenciais no Brasil, geralmente, exceto quando apresentam características específicas, tais como cláusulas de resgate e cumulatividade de dividendos, atendem à definição contábil de instrumento patrimonial. Porém, a literatura científica acredita que essas ações, quando não possuem discricionariedade de evitar a entrega de caixa, devem ser classificadas como passivo financeiro. Em um contexto em que remanescem divergências de entendimento sobre o seu adequado tratamento contábil, o objetivo principal deste estudo é verificar se as ações preferenciais de empresas brasileiras vêm sendo contabilizadas conforme a literatura científica e as normas contábeis. Por meio de análise de conteúdo, foram analisadas 157 empresas listadas na BM&FBOVESPA. Os resultados demonstram que 155 empresas classificam suas ações preferenciais como instrumentos patrimoniais e 2 como passivos financeiros. Essas 2 empresas, bem como 149 das que classificam como instrumentos patrimoniais, estão tratando-as adequadamente em sua contabilidade. As demais 6 empresas deveriam apresentar suas ações preferenciais como passivos financeiros, haja vista a ausência de discricionariedade em evitar a entrega de caixa, característica presente nos passivos financeiros, ao contrário de instrumentos patrimoniais. Percebe-se que, diferentemente do que ocorre, por exemplo, no mercado norte-americano, não é possível classificar todas as ações preferenciais brasileiras como passivo financeiro, uma vez que, no Brasil, elas são utilizadas em formatação jurídica diferente daquelas amplamente encontradas naquele mercado. Ademais, quase a totalidade das ações analisadas possui características essenciais para a classificação como instrumentos patrimoniais. Daí a importância da análise da essência econômica de cada instrumento, permitindo, assim, o adequado tratamento contábil nas demonstrações financeiras.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Biografía del autor/a

Diana Lucia de Almeida, Doutoranda em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP

Mestre e Doutoranda em Contabilidade e Controladoria pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP)

Professora da Fundação Instituto de Pesquisas de Estudos Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI)

Patricia de Souza Costa, Universidade Federal de Uberlândia/Faculdade de Ciências Contábeis

Professora da Faculdade de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Doutora em Contabilidade e Controladoria pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP).

 

Eliseu Martins, FEA-RP/USP

Professor Emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP).

Doutor e Livre-docente pela Faculdade de Economia Administração e Contabilidade (FEA/USP). 

Publicado
2016-05-24
Cómo citar
Almeida, D. L. de, Costa, P. de S., & Martins, E. (2016). Ações preferenciais brasileiras: passivos financeiros ou instrumentos patrimoniais?. Enfoque: Reflexão Contábil, 35(1), 129-145. https://doi.org/10.4025/enfoque.v35i1.29927
Sección
Original Articles