Efeito da ignorância pluralística na participação em assembleias e nas decisões sobre distribuição das sobras operacionais em empresas cooperativas

Resumen

Objetivo: Essa pesquisa teve dois objetivos centrais. Primeiro, buscou verificar a influência da Ignorância Pluralística nas decisões sobre distribuição das sobras operacionais em empresas cooperativas. Segundo verificou a relação entre a política de distribuição das sobras, transparência na divulgação das assembleias e o constrangimento social com a percepção da importância de participação nas assembleias.

Método: Para coletar os dados foi aplicado um questionário com associados de cooperativas do Estado de Santa Catarina. Foram coletadas 107 respostas em 17 cooperativas diferentes. Os dados foram analisados por meio do teste Mann-Whitney e de modelagem de equações estruturais (PLS/SEM).

Originalidade/Relevância: Foi utilizada a Teoria da Ignorância Pluralística como framework teórico, com o objetivo de verificar o comportamento dos cooperados em suas decisões sobre a destinação das sobras operacionais nas assembleias. Uma visão comportamental pode trazer luz ao tema ao adicionar conhecimento às discussões com pautas econômicas.

Resultados: Os resultados apontam que Ignorância Pluralística afeta as decisões sobre a distribuição das sobras operacionais líquidas, e que o constrangimento para expor opiniões sobre a distribuição das sobras é um fator que inibe a participação nas assembleias. O estudo também mostrou que os laços de amizade podem ser importantes para aumentar a participação dos cooperados.

Contribuições teóricas/metodológicas/práticas: O artigo contribui com o tema sobre governança ao demostrar que um erro de avaliação da norma social pode modificar a decisão em relação à distribuição das sobras operacionais. Contribui também com a prática ao evidenciar a disfuncionalidade no processo decisório nas assembleias. Os estudos sobre governança são predominantemente baseados em teorias econômicas, e nesta pesquisa buscou-se entendimento do comportamento dos associados em decisões coletivas, pautado em uma teoria da psicologia social. 

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Biografía del autor/a

Alcindo Cipriano Argolo Mendes, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutor em Contabilidade (UFSC). Programa de Pós-graduação em Contabilidade (PPGC) Programa de Pós-graduação em Planejamento e Controle de Gestão (PPGCG). Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Rogério João Lunkes, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Pós-doutorado em Contabilidade pela Universidad de Valencia Programa de Pós-graduação em Contabilidade (PPGC) Programa de Pós-graduação em Planejamento e Controle de Gestão (PPGCG). Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Citas

Adams, R. B., Hermalin, B. E., & Weisbach, M. S. (2010). The role of boards of directors in corporate governance: A conceptual framework & survey. Journal of Economic Literature, 48(1), 58-107. https://www.aeaweb.org/articles?id=10.1257/jel.48.1.58
Benefield, G. A., Shen, C., & Leavitt, A. (2016, February). Virtual team networks: How group social capital affects team success in a massively multiplayer online game. In Proceedings of the 19th ACM Conference on Computer-Supported Cooperative Work and Social Computing (pp. 679-690). https://doi.org/10.1145/2818048.2819935
Bialoskorski Neto, S. (2007). Um ensaio sobre desempenho econômico e participação em cooperativas agropecuárias. Revista de Economia e Sociologia Rural, 45, 119-138. https://www.scielo.br/j/resr/a/DzNgNRzyJtthrQySZdDfQfj/?format=pdf&lang=pt
Bussab, W. O., & Moretin, P. (2010). A. Estatística básica. 6 ed. São Paulo: Saraiva.
Daily, C. M., Dalton, D. R., & Cannella Jr, A. A. (2003). Corporate governance: Decades of dialogue & data. Academy of Management Review, 28(3), 371-382. https://doi.org/10.5465/amr.2003.10196703
Devarakonda, S. V., & Reuer, J. J. (2019). Safeguarding from the sharks: Board representation in minority equity partnerships. Organization Science, 30(5), 981-999. https://doi.org/10.1287/orsc.2018.1263
Djan, K. O., & Mersland, R. (2021). Are NGOs and cooperatives similar or different? A global survey using microfinance data. Journal of Management and Governance, 1-43. https://link.springer.com/article/10.1007/s10997-021-09567-9#citeas
Eisenhardt, K. M. (1989). Agency theory: An assessment & review. Academy of Management Review, 14(1), 57-74. https://doi.org/10.5465/amr.1989.4279003
Ernita, E., Firmansyah, F., Martial, T. (2020). Effect of manager entrepreneurship attitude & member motivation on organizational member Participation. Management Science Letters, 10, 2931–2936. https://doi.org/10.5267/j.msl.2020.4.013
Esteban-Salvador, L., Gargallo-Castel, A., & Pérez-Sanz, J. (2019). The presidency of the governing boards of cooperatives in Spain: A gendered approach. Journal of Co-operative Organization and Management, 7(1), 34-41. https://doi.org/10.1016/j.jcom.2019.03.002
Fávero, L. P.; Silva, Fabiana L.; Belfiore, Patrícia; Chan, Betty (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Elsevier: Rio de Janeiro.
Ferreira, M. A. M.; Braga, M. J. Eficiência das sociedades cooperativas e de capital na indústria de laticínios. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 61, n. 2, jun. 2007. https://doi.org/10.5465/amr.1989.4279003
Fields, J. M., & Schuman, H. (1976). Public beliefs about the beliefs of the public. Public Opinion Quarterly, 40(4), 427-448. https://doi.org/10.1086/268330
Fontes Filho, J. R., & Picolin, L. M. (2008). Governança corporativa em empresas estatais: avanços, propostas e limitações. Revista de Administração Pública, 42, 1163-1188. https://doi.org/10.1590/S0034-76122008000600007
Freitas, A. F., Freitas, A. F., Oliveira, S. D. & Máximo, M. S. (2010). Organização do quadro social (OQS): uma inovação institucional na gestão social de cooperativas. Administração Pública e Gestão Social, 2(1), 45-66.
Ghosh, S., & Ansari, J. (2018). Board characteristics & financial performance: Evidence from Indian cooperative banks. Journal of Co-operative Organization and Management, 6(2), 86-93. https://doi.org/10.1016/j.jcom.2018.06.005
Glynn, M. A., & Lounsbury, M. (2005). From the critics’ corner: Logic blending, discursive change & authenticity in a cultural production system. Journal of Management Studies, 42(5), 1031-1055. https://doi.org/10.1111/j.1467-6486.2005.00531.x
Hair Jr, J. F.; Hult, G. T. M.; Ringle, C. M.; Sarstedt, M. (2016). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). Sage Publications.
Hakelius, K. (2018). Understanding the board of Swedish farmer cooperatives–Cases focusing on board composition & interaction patterns. Journal of Co-operative Organization and Management, 6(2), 45-52. https://doi.org/10.1016/j.jcom.2018.06.001
Hambrick, D. C., Werder, A. V., & Zajac, E. J. (2008). New directions in corporate governance research. Organization Science, 19(3), 381-385. https://doi.org/10.1287/orsc.1080.0361
Hogg, M. A., & Reid, S. A. (2006). Social identity, self-categorization, & the communication of group norms. Communication Theory, 16(1), 7-30. https://doi.org/10.1111/j.1468-2885.2006.00003.x
Jansen, A. C., Maehler, A. E., & Wegner, D. (2018). Governança cooperativa eo dilema de legitimidade: um estudo de caso em uma cooperativa de crédito. Revista Ibero Americana de Estratégia, 17(3), 61-80. https://doi.org/10.5585/ijsm.v17i3.2602
Junqueira, L. A. P., & Trez, A. P. (2005). Social capital and the survival of worker cooperatives. Revista de Administração Pública, 39(2), 381.
Katz, D., Allport, F. H., & Jenness, M. B. (1931). Students' attitudes: a report of the Syracuse University reaction study. American Psychological Association. https://psycnet.apa.org/record/1931-03274-000
Knapp, J. R., Dalziel, T., & Lewis, M. W. (2011). Governing top managers: Board control, social categorization, & their unintended influence on discretionary behaviors. Corporate Governance: An International Review, 19(4), 295-310. https://doi.org/10.1111/j.1467-8683.2011.00845.x
Knapp, J. R., Dalziel, T., & Lewis, M. W. (2011). Governing top managers: Board control, social categorization, & their unintended influence on discretionary behaviors. Corporate Governance: An International Review, 19(4), 295-310. https://doi.org/10.1111/j.1467-8683.2011.00845.x
Lubatkin, M. H. (2005). A theory of the firm only a microeconomist could love. Journal of Management Inquiry, 14(2), 213-216. https://doi.org/10.1177%2F1056492605275352
Martin, D. G., Castro, S. O. C., Mendes, W. A., & Araújo, J. M. (2019). Cooperativismo e Participação: Dicotomia entre Gestão Social e Estratégica. Desafio Online, 7(3), 417-434.
Mendes, A., Lopez-Valeiras, E., & Lunkes, R. J. (2017). Pluralistic ignorance: Conceptual framework, antecedents & consequences. Intangible Capital, 13(4), 781-804. http://dx.doi.org/10.3926/ic.1063
Miller, D. T., & McFarland, C. (1987). Pluralistic ignorance: When similarity is interpreted as dissimilarity. Journal of Personality and Social Psychology, 53(2), 298. https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0022-3514.53.2.298
Morato, A. F., & Costa, A. (2001). Avaliação e estratégia na formação educacional cooperativista. Cooperativismo na Era da Globalização. Goiânia: UCG/Terra.
Munniksma, A., Scheepers, P., Stark, T. H., & Tolsma, J. (2017). The impact of adolescents' classroom and neighborhood ethnic diversity on same‐and cross‐ethnic friendships within classrooms. Journal of Research on Adolescence, 27(1), 20-33. https://doi.org/10.1111/jora.12248
Peter Jäger, U., & Rehli, F. (2012). Cooperative power relations between nonprofit board chairs & executive directors. Nonprofit Management & Leadership, 23(2), 219-236. https://doi.org/10.1002/nml.21061
Prentice, D. A., & Miller, D. T. (1993). Pluralistic ignorance & alcohol use on campus: some consequences of misperceiving the social norm. Journal of Personality & Social Psychology, 64(2), 243. https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0022-3514.64.2.243
Ricciardi, L. (1996). Cooperativismo: uma solução para os problemas atuais. Vitória: Coopermídia, 96p.
Rhodes, R. A. W. (1996). The new governance: governing without government. Political Studies, 44(4), 652-667. https://doi.org/10.1111%2Fj.1467-9248.1996.tb01747.x
Shleifer, A., & Vishny, R. W. (1997). A survey of corporate governance. The Journal of Finance, 52(2), 737-783. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1997.tb04820.x
Stoker, G. (1998). Public-private partnerships & urban governance. In Partnerships in Urban Governance (pp. 34-51). Palgrave Macmillan, London.
Teixeira, M. G., Roglio, K. D. D., & Marcon, R. (2017). Institutional logics & the decision-making process of adopting corporate governance at a cooperative organization. Journal of Management and Governance, 21(1), 181-209. https://link.springer.com/article/10.1007/s10997-016-9340-x
Westphal, J. D., & Bednar, M. K. (2005). Pluralistic ignorance in corporate boards & firms' strategic persistence in response to low firm performance. Administrative Science Quarterly, 50(2), 262-298. https://doi.org/10.2189%2Fasqu.2005.50.2.262
Publicado
2025-07-04
Cómo citar
Mendes, A. C. A., Lunkes, R. J., & Martins, S. (2025). Efeito da ignorância pluralística na participação em assembleias e nas decisões sobre distribuição das sobras operacionais em empresas cooperativas. Enfoque: Reflexão Contábil, 44(2), 43-62. https://doi.org/10.4025/enfoque.v44i2.67916
Sección
Original Articles