Rodízio de auditoria independente e gerenciamento de resultados: uma investigação entre empresas de capital aberto no Brasil

Résumé

As empresas listadas na B3 são obrigadas, por força da lei, a passarem por auditorias regulares e a publicarem seus informes financeiros e suas informações complementares. Nesse sentido, as demonstrações financeiras auditadas configuram importante recurso para boa prática de governança e transparência nas corporações empresariais modernas. De modo a diminuir a assimetria informacional e melhorar essas práticas, a CVM instituiu a necessidade de rodízio de auditoria. A pesquisa investigou se a substituição do auditor independente impacta, de alguma maneira, no gerenciamento de resultados (proxy adotada para qualidade da auditoria) nas empresas listadas na B3 entre 2012 e 2016. A amostra foi de 207 empresas não financeiras, resultando em 1890 observações, sendo que o rodízio de auditoria independente foi observado 280 vezes (51% voluntários) ao longo do período. Por meio do método de accruals de Pae (2005) e após a exclusão dos outliers, foi realizada a análise das médias dos grupos de modo a identificar se elas eram estatisticamente diferentes. Constatou-se que a mudança de auditoria independente não afeta os accruals totais, mas reduz os discricionários. Isso pode estar relacionado ao pouco conhecimento sobre o contexto do cliente ou ao receio de assumir riscos judiciais, como também a detecção de erro ou revisão de procedimentos contábeis, por exemplo. De qualquer modo, a consequência para os stakeholders pode ser positiva, pois haverá uma nova perspectiva sobre os eventos econômicos e financeiros da organização, o que aumenta a qualidade e a relevância da informação contábil. Por outro ângulo, se a nova auditoria não possuir a expertise, inclusive com os conhecimentos específicos (sistemas contábeis e estrutura de controle interno da firma), a mudança pode resultar em perda para a informação contábil e, eventualmente, afetar a comparabilidade das demonstrações contábeis.

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Bibliographies de l'auteur

Marco Túlio Santos Parreira, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduado em Ciências Contábeis pela Univerisadede Federal de Minas Gerais

Eduardo Mendes Nascimento, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em Contabilidade e Controladoria pela Universidade de São Paulo (USP) e Professor no Centro de Pós-Graduação em Controladoria, Finanças e Contabilidade (CEPCON) da Universidade Federal de Minas Gerais

Lorenza Puppin, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduada em Direito pela Faculdade de Direito de Vitória/ES e em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Espírito Santo

Fernando Dal Ri Murcia, Universidade de São Paulo

Doutor em Contabilidade e Controladoria pela Universidade de São Paulo (USP) e Professor no Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade (PPGCC) da Universidade de São Paulo

Publiée
2020-11-19
Comment citer
Parreira, M. T. S., Nascimento, E. M., Puppin, L., & Murcia, F. D. R. (2020). Rodízio de auditoria independente e gerenciamento de resultados: uma investigação entre empresas de capital aberto no Brasil. Enfoque: Reflexão Contábil, 40(1), 67-86. https://doi.org/10.4025/enfoque.v40i1.44318
Rubrique
Artigos Originais