A relação entre a contabilidade de hedge e o risco idiossincrático no mercado de capitais brasileiro
Resumo
Objetivo: Este trabalho examina o efeito da adoção e divulgação da contabilidade de hedge no risco idiossincrático das companhias de capital aberto listadas na Bovespa (B3), tendo como fundamentação teórica a Teoria de Agência, Assimetria de Informação e Teoria de Sinalização.
Método: Foi empregado como metodologia uma regressão linear múltipla pelo método dos mínimos quadrados ordinários, tendo como base o período 2009-2018. Os dados foram extraídos da Economática® e das notas explicativas das companhias.
Originalidade/Relevância: A originalidade central do estudo está na análise da relação entre o efeito da adoção e divulgação da contabilidade de hedge no risco idiossincrático das companhias de capital aberto listadas na Bovespa (B3).
Resultados: Como resultado, verificou-se uma relação significativa e negativa entre adoção da contabilidade de hedge e o risco idiossincrático.
Contribuições teóricas/metodológicas/práticas: O presente estudo contribui à literatura internacional e nacional, ao prover evidências empíricas sobre o impacto do uso da contabilidade de hedge e da transparência da gestão de risco no risco idiossincrático das companhias, fornecendo maior entendimento sobre a eficiência da norma relativa à contabilidade de hedge no Brasil.
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