Processo educacional em Pierre Bourdieu

  • Neri Pies

Resumo

Bourdieu se torna um pensador com muita referência na temática educacional por quebrar o paradigma funcionalista da educação e demonstrar através de estudos teóricos e práticos que as desigualdades de aprendizagem têm sua origem no aspecto social e cultural dos alunos. Esses aspectos, principalmente o capital cultural, estão associados à noção de conhecimento e às diversas formas de compreendê-lo, mas também está voltado aos costumes e às culturas, produzidas e conservadas nos diferentes contextos, ou seja, o capital cultural vai além da noção de capital escolar, caracterizando-se também como um conhecimento informal que se constitui a partir dos costumes e hábitos de cada pessoa e grupo social. Ao referir-se ao capital cultural, o autor menciona que esse é responsável pelo rendimento dos agentes no sistema de ensino e difere segundo a origem social dos diversos grupos de agentes, ratificando o rompimento com o mito do dom e das habilidades inatas. Esse capital para Bourdieu pode existir sob três formas: no estado incorporado, no estado objetivado e no estado institucionalizado. Por fim, cabe enfatizar que a educação, no pensamento de Bourdieu, está ligada as relações que os sujeitos estabelecem no mundo, a partir, das ações dos agentes, e esse conhecimento precisa ser sistematizado criticamente para tornar os sujeitos autônomos, isto é, a internalização pressupõe um trabalho de assimilação, que exige investimentos de longa duração, para tornar essa forma de capital uma parte integrante da pessoa, ou seja, tornar um habitus.

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Publicado
2012-06-29
Como Citar
Pies, N. (2012). Processo educacional em Pierre Bourdieu. Revista Espaço Acadêmico, 12(134), 40-46. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/17688
Seção
DOSSIÊ - FILOSOFIA & EDUCAÇÃO (Orgs.: Raimundo Rajobac & Cristiano Eduardo Wendt)