Entre a individualização e a multiplicidade: possibilidades de rupturas com os modos de gestão e administração dos corpos infantis
Resumo
Situando as formas de gestão da infância considerada em risco, problematizamos o funcionamento de uma instituição de assistência e seus efeitos no processo de subjetivação. Criada para gerir as virtualidades do comportamento das crianças pobres, visibiliza-se a tecnologias políticas características do modo disciplinar: a vigilância evidencia-se na presença de câmeras, muros altos, cercas elétricas e no olhar dos educadores; a sanção normalizadora se destaca nas práticas corretivas visando à normalização dos corpos; as reuniões pedagógicas podem ser comparadas ao exame, na medida em que produzem dossiês dos comportamentos individuais, ressaltando características consideradas perigosas antecipa-se a administração e produção de indivíduos dóceis, úteis, produtivos, aplicando modelos identitários. Acompanhando as linhas dos saberes e das relações de poder que constituem esse espaço, utilizamos a genealogia na análise das práticas discursivas que atravessam a sociedade em sua construção histórica; a genealogia nos permite alcançar movimentos presentes no processo de consolidação do governo da vida, e, também, a desconstrução de práticas hegemônicas. Na tentativa de escapar ao instituído, propusemos a realização de atividades artísticas e culturais dentro de um processo de construção coletiva, enquanto estratégia de resistência e enfrentamento à lógica dominante, consolidando práticas que favorecem a potencialização da vida em suas múltiplas possibilidades.
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