A teoria da sustentabilidade como ideologia e a reificação da subjetividade social

  • Erika Batista Programa Nacional de Pós-doutorado Capes.
Palavras-chave: teoria da sustentabilidade, reestruturação produtiva, ideologia, reificação, subjetividade.

Resumo

Este artigo apresenta um breve recorte do panorama econômico, social e político em que figura a produção da chamada teoria da sustentabilidade. Desde o século XX os modelos organizacionais de gerenciamento produtivo e da força de trabalho reverberam as condições de reprodução da sociabilidade capitalista, delineando os aspectos do controle social necessário para a exploração de todos os potenciais da força de trabalho e da natureza para sua manutenção. A teoria da sustentabilidade representa a teoria organizacional que marca o século XXI, como uma nova tentativa de reestruturação produtiva do capital em busca de novas fontes de acumulação. A produção social do capital precisa se reinventar permanentemente criando novas formas de concepção e gerenciamento do trabalho, que por sua vez forneçam novos parâmetros de mediação para a formação da consciência e reificação da subjetividade social, necessários para a reformulação e extensão dos limites da base material-orgânica que suporta a reprodução deste modo de sociabilidade. Articulado sobre três pilares – o desenvolvimento sustentável, a governança corporativa e o desenvolvimento sustentável – o modelo da sustentabilidade não tem a finalidade desafiar a lógica da sociabilidade capitalista, preservando-a sobre novas formas. A hegemonia da classe burguesa permanece vital para a condução do processo de reestruturação produtiva e para a consolidação da ideologia sustentável, cuja função social é “humanizar” a sociabilidade capitalista. O objetivo geral deste artigo é caracterizar a teoria da sustentabilidade como mais uma das formas de ideologia capitalista em sentido lukasciano, enquanto especificamente busca apontar as conexões desta ideologia com o processo de formação da consciência a fim de demonstrar a reificação da subjetividade social como consequência deste processo.

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Biografia do Autor

Erika Batista, Programa Nacional de Pós-doutorado Capes.
Doutora (2013), Mestre (2007) e Bacharel (2001) em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP/ Marília), Licenciada (2008) em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina (UEL/ Londrina) e Especialista (2004) em Psicologia Organizacional pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP/ São Bernardo do Campo). Atuou como professora colaboradora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do Departamento de Ciências Políticas e Econômicas da (UNESP/ Marília), bem como em outras instituições de ensino privadas. Suas áreas de atuação são Sociologia das Organizações, Sociologia do Trabalho, Sociologia do Desenvolvimento, Sociologia Política e Sociologia Geral, sobretudo nos seguintes temas: discursos organizacionais, sustentabilidade, ecologia e desenvolvimento, trabalho e subjetividade e ideologia. Também possui experiência na área de Metodologia de Pesquisa Científica, elaboração de material didático e organização de eventos científicos. Atualmente realiza pesquisa em nível pós-doutoral na linha de Relações Internacionais e Desenvolvimento, é membro do Grupo de Pesquisa Cultura e Política no Mundo do Trabalho e participa do Conselho Consultivo da Revista de Ciências Sociais Aplicadas Perspectivas Contemporâneas.
Publicado
2014-09-26
Como Citar
Batista, E. (2014). A teoria da sustentabilidade como ideologia e a reificação da subjetividade social. Revista Espaço Acadêmico, 14(161), 15-25. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/23188