Um conto de réis: o Rio de Janeiro de 1880 e o imposto do vintém

  • Francisco Gouvea de Sousa Universidade Federal de Ouro Preto Bolsista PNPD
Palavras-chave: Revolta do vintém, Império, Rio de Janeiro

Resumo

Nos anos de 1880, mesmo antes dos bondes quebrados e das barricadas, homens e mulheres subvertiam em seus cotidianos os ritmos da boa sociedade. Interessa a este artigo, neste sentido, narrar sem se limitar a revolta contra o imposto que incidiria sobre o bonde – a cena principal destes anos –, interessa um tempo onde a vida pública deixava de ter por lugar os palcos estabelecidos pela vida do governo (como as câmaras ou ministérios) tornando a cidade seu cenário. A cena, por sua vez, não era formada por vozes que se dirigiam ao futuro, nem necessariamente pretendiam uma nova forma de governo, falavam contra a administração, contra um imposto que seria o mesmo para todos; algo que, neste momento, também era dito sobre o dinheiro. As falas contra o imposto se associavam, direta e indiretamente, ao constrangimento com o uso do papel moeda, já conhecido, mas cada vez mais presente na cidade. Foram movimentos efêmeros que constrangeram a administração e a nova experiência do papel moeda e, talvez justamente por serem efêmeros, carregavam o quanto de contingencial existe na ação e vida pública.

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Biografia do Autor

Francisco Gouvea de Sousa, Universidade Federal de Ouro Preto Bolsista PNPD
Doutor em História Social da Cultura pela PUC-Rio e Bolsista PNPD pela UFOP
Publicado
2015-03-10
Como Citar
Sousa, F. G. de. (2015). Um conto de réis: o Rio de Janeiro de 1880 e o imposto do vintém. Revista Espaço Acadêmico, 14(166), 52-63. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/26919
Seção
DOSSIÊ: Rio de Janeiro 450 anos (Orgs.: Renato Nunes Bittencourt & Viviane da Silva Araujo)